tag:blogger.com,1999:blog-27097450999781103042023-11-16T13:38:57.191+00:00Pequenos Filósofos 10Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.comBlogger35125tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-48142085156418446172011-05-05T10:26:00.002+01:002011-05-05T10:28:54.036+01:00Ética das Virtudes<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinoQ2LlnvBpsLFhsuFdqxXq3fHVYr_1lQ2CFPqS6r_qP_dpusf1uKxMD1tJ1Zq2XklQ1SxJWXPd-0RsYFjhTa7O6FykSkuuAe_9J7OpYdQkAVOM3k53_HIS7-0mL8oHR0KixznhuR5bIzb/s1600/25_MVG_cie_aristoteles1.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 313px; FLOAT: right; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5603161603407225346" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinoQ2LlnvBpsLFhsuFdqxXq3fHVYr_1lQ2CFPqS6r_qP_dpusf1uKxMD1tJ1Zq2XklQ1SxJWXPd-0RsYFjhTa7O6FykSkuuAe_9J7OpYdQkAVOM3k53_HIS7-0mL8oHR0KixznhuR5bIzb/s400/25_MVG_cie_aristoteles1.jpg" /></a><br /><br /><div align="justify">A chamada ética das virtudes pode remontar até Aristóteles onde na sua Ética a Nicómaco se pergunta. “Em que consiste o bem para o homem?”Ao que se responde: ”Uma actividade da alma em conformidade com a virtude.” Aristóteles entendia que o bem próprio do homem é a inteligência e como tal este deve viver em conformidade com a razão, pois através dela chega-se às virtudes, sendo a sabedoria a mais importante. Define a virtude como um traço de carácter manifestado no agir habitual, em oposição a manifestações ocasionais desta ou daquela virtude, é um agir que é emanado de um carácter firme e inabalável. A virtude moral é uma característica do carácter que é bom uma pessoa possuir. Várias podem ser apresentadas: benevolência, compaixão, coragem, equidade, afabilidade, generosidade, honestidade, justiça, paciência, sensatez, lealdade, tolerância etc. As virtudes são consideradas importantes pelo facto de que a pessoa virtuosa terá uma vida melhor, sendo necessárias para orientarmos bem as nossas vidas. Pese embora todas as vantagens que esta ética possa oferecer levanta, no entanto, algumas questões ao nível da sua fundamentação, que pode oscilar entre o egoísmo ético e o utilitarismo por um lado ou o contratualismo por outro.<br /><br />As ideias aristotélicas foram-se desvanecendo com o advento do cristianismo, atendendo que a razão deixou de ser o caminho para uma vida virtuosa pois esta agora provinha do cumprimento dos mandamentos divinos. Mais tarde a modernidade começou a apresentar uma moral secularizada sem no entanto fazer um retorno ao pensamento grego, mas substituindo a lei divina pela sua versão secular, a lei moral. Só recentemente alguns filósofos teorizaram um retorno às ideias aristotélicas, nomeadamente Elizabeth Anscombe em 1958, tendo a teoria das virtudes ganho muita simpatia na filosofia moral contemporânea. Cumpre, no entanto, referir que esta teoria ainda se encontra numa fase muito inicial, não existindo um corpo doutrinal relativamente ao qual os vários pensadores se revejam, há contudo um conjunto comum de preocupações que motivam esta abordagem.<br /></div><br /><br /><div align="justify"><span style="font-size:78%;">in </span><a href="http://www.eticus.com/teoriaseticas.php?sp=5"><span style="font-size:78%;">http://www.eticus.com/teoriaseticas.php?sp=5</span></a><span style="font-size:78%;"> </span></div>Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-16325480222402425742011-05-05T09:31:00.006+01:002011-05-05T10:00:29.421+01:00Os imperativos categóricos de kant<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0rn2n-ogkHqiQYdLvlx1FzBw3qXK4-gYXYAfZQ1ipcKRtit2LvLSFuodVh_zWZ4FsrafdXxVjjgZ8KorQzbaUPDLxjh_LPsMx4ohU5eyKUnNFqQjMtxwvHiXFcIuduhCUSuYsDHNpyqZe/s1600/150px-Kant%2527s_tombstone_Kaliningrad.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 150px; FLOAT: right; HEIGHT: 226px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5603153693679552818" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0rn2n-ogkHqiQYdLvlx1FzBw3qXK4-gYXYAfZQ1ipcKRtit2LvLSFuodVh_zWZ4FsrafdXxVjjgZ8KorQzbaUPDLxjh_LPsMx4ohU5eyKUnNFqQjMtxwvHiXFcIuduhCUSuYsDHNpyqZe/s400/150px-Kant%2527s_tombstone_Kaliningrad.jpg" /></a><br /><br /><br /><div align="justify">"Um imperativo categórico (incondicional) é aquele que representa uma acção como objectivamente necessária e a torna necessária não indiretamente através da representação de algum fim que pode ser atingido pela acção, mas da mera representação dessa própria acção (sua forma) e, por conseguinte, directamente." (KANT, 2003:65)<br /></div><br /><br /><div align="justify"></div><br /><br /><br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;color:#ffffff;"><strong>1º imperativo (1ª formulação)<br /></strong></span></div><br /><div align="justify"></div><br /><p align="justify">"Age de tal modo que a máxima da tua acção se possa tornar princípio de uma legislação universal."<br /><br /><br />Kant expõe quatro exemplos para demonstrar a validade deste imperativo categórico: </p><br /><p align="justify">1) mesmo que uma pessoa desesperada deseje suicidar-se, destruir a própria vida não pode constituir uma máxima que se queira aplicar como lei universal da natureza, já que vai contra qualquer princípio de conservação da vida. </p><br /><p align="justify">2) uma pessoa se vê forçada, por necessidade, a pedir dinheiro emprestado, porém sabe que não poderá devolver o empréstimo, e assim mesmo promete fazê-lo num prazo determinado. Tal máxima não pode, no entanto, tornar-se lei universal, posto que ninguém mais acraditaria em qualquer promessa. Nem mesmo o devedor desejaria semelhante lei, que faria inviável qualquer novo pedido de empréstimo. </p><br /><p align="justify">3) uma terceira pessoa, sabendo que porta talentos ainda não cultivados, vive o seguinte dilema: desenvolver seus dons ou continuar na vida ociosa, dispensando tais habilidades. Opta pelo ócio. Contudo, ela não pode querer, na condição de ser racional, que essa máxima venha a ser lei universal da natureza, posto que os talentos trariam a ela – o mesmo se aplica às demais pessoas – novas possibilidades de melhoria de vida. </p><br /><p align="justify">4) alguém que vive na prosperidade e ao mesmo tempo vê os outros em dificuldades pode até não querer ajudá-los, mas não pode querer que tal princípio se torne lei universal da natureza – ele pode vir a precisar de auxílio também. </p><br /><span style="color:#ffffff;"><strong>2º imperativo categórico (2ª formulação)</strong><br /><br /><br /></span><br /><p><span style="color:#ffffff;">"Age</span><span style="color:#ffffff;"> por forma a que uses a humanidade, quer na tua pessoa como de qualquer outra, sempre ao mesmo tempo como fim, nunca meramente como meio". </span></p>Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-37851855470066238352011-03-14T10:28:00.004+00:002011-03-14T10:36:20.639+00:00John Rawls - alguns pensamentos<iframe title="YouTube video player" src="http://www.youtube.com/embed/hCJqNrqWykU" allowfullscreen="" width="480" frameborder="0" height="390"></iframe><br /><br /><br /><br /><iframe title="YouTube video player" width="480" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/0rEvAdUW_k0" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-52773497286551539002011-03-14T10:23:00.006+00:002011-03-14T10:34:29.775+00:00A teoria da justiça de John Rawls<div style="text-align: center; font-weight: bold;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhJ0ZIn5z_3AhVqcdStsesr_rYVVHfn8hoVPo-k3lgFpiG0qYs1cGmRbrxjuWI8jZQKKbB8rl3znCUo6FXwwZknN5giMRNkY9A1lV5XQjmwjiA6byJEVc-3iZG1UAI3940lRDXSMOpjqFj/s1600/John_Rawls_1164411808112452.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 260px; height: 265px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhJ0ZIn5z_3AhVqcdStsesr_rYVVHfn8hoVPo-k3lgFpiG0qYs1cGmRbrxjuWI8jZQKKbB8rl3znCUo6FXwwZknN5giMRNkY9A1lV5XQjmwjiA6byJEVc-3iZG1UAI3940lRDXSMOpjqFj/s400/John_Rawls_1164411808112452.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5583879868659587970" border="0" /></a>John Rawls<br /></div><span style="font-weight: bold;"><br /><br /></span><div style="text-align: justify;">John Rawls, o mais conhecido e celebrado filósofo político norte-americano, falecido aos 81 anos, em 2002, é tido como o principal teórico da democracia liberal dos dias de hoje. O seu grande tratado jurídico-político <span style="font-style: italic;">A Teoria da Justiça</span>, de 1971, alinhou-o entre os grandes pensadores sociais do século 20. Um legítimo sucessor de uma linhagem ideológica com origem em Locke.<br /></div><span style="font-weight: bold;"><br /><br /><br />Problema</span> <p style="text-align: justify;">Há crianças vendidas por pais extremamente pobres a quem tem dinheiro e falta de escrúpulos para as comprar; pessoas cujo rendimento não permite fazer mais do que uma refeição por dia; jovens que não têm a menor possibilidade de adquirir pelo menos a escolaridade básica; cidadãos que estão presos por terem defendido as suas ideias. Perante casos destes sentimos que as nossas intuições morais de justiça e igualdade não são respeitadas. Surge assim a pergunta: Como é possível uma sociedade justa? Este problema pode ter formulações mais precisas. Uma delas é a seguinte: Como deve uma sociedade distribuir os seus bens? Qual é a maneira eticamente correcta de o fazer? Trata-se do problema da justiça distributiva. A pergunta que o formula é a seguinte: Quais são os princípios mais gerais que regulam a justiça distributiva? A teoria da justiça de John Rawls é a resposta mais influente a este problema. Esta lição irá sujeitar à tua avaliação crítica os argumentos em que se apoia e algumas objecções que enfrenta.</p><div style="text-align: justify;"> </div><h2 style="text-align: justify;">Teoria</h2><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">A teoria de Rawls constitui, em grande parte, uma reacção ao utilitarismo clássico. De acordo com esta teoria, se uma acção maximiza a felicidade, não importa se a felicidade é distribuída de maneira igual ou desigual. Grandes desníveis entre ricos e pobres parecem em princípio justificados. Mas na prática o utilitarismo prefere uma distribuição mais igual. Assim, se uma família ganha 5 mil euros por mês e outra 500, o bem-estar da família rica não diminuirá se 500 euros do seu rendimento forem transferidos para a família pobre, mas o bem-estar desta última aumentará substancialmente. Isto compreende-se porque, a partir de certa altura, a utilidade marginal do dinheiro diminui à medida que este aumenta. (Chama-se "utilidade marginal" ao benefício comparativo que se obtém de algo, por oposição ao benefício bruto: achar uma nota de 100 euros representa menos benefício para quem ganha 20 mil euros por mês do que para quem ganha apenas 500 euros por mês.) Deste modo, uma determinada quantidade de riqueza produzirá mais felicidade do que infelicidade se for retirada dos ricos para dar aos pobres. Tudo isto parece muito sensato, mas deixa Rawls insatisfeito. Ainda que o utilitarismo conduza a juízos correctos acerca da igualdade, Rawls pensa que o utilitarismo comete o erro de não atribuir valor intrínseco à igualdade, mas apenas valor instrumental. Isto quer dizer que a igualdade não é boa em si — é boa apenas porque produz a maior felicidade total.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Por consequência, o ponto de partida de Rawls terá de ser bastante diferente. Rawls parte então de uma concepção geral de justiça que se baseia na seguinte ideia: todos os bens sociais primários — liberdades, oportunidades, riqueza, rendimento e as bases sociais da auto-estima (um conceito impreciso) — devem ser distribuídos de maneira igual a menos que uma distribuição desigual de alguns ou de todos estes bens beneficie os menos favorecidos. A subtileza é que tratar as pessoas como iguais não implica remover todas as desigualdades, mas apenas aquelas que trazem desvantagens para alguém. Se dar mais dinheiro a uma pessoa do que a outra promove mais os interesses de ambas do que simplesmente dar-lhes a mesma quantidade de dinheiro, então uma consideração igualitária dos interesses não proíbe essa desigualdade. Por exemplo, pode ser preciso pagar mais dinheiro aos professores para os incentivar a estudar durante mais tempo, diminuindo assim a taxa de reprovações. As desigualdades serão proibidas se diminuírem a tua parte igual de bens sociais primários. Se aplicarmos este raciocínio aos menos favorecidos, estes ficam com a possibilidade de vetar as desigualdades que sacrificam e não promovem os seus interesses.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Mas esta concepção geral ainda não é uma teoria da justiça satisfatória. A razão é que a ideia em que se baseia não impede a existência de conflitos entre os vários bens sociais distribuídos. Por exemplo, se uma sociedade garantir um determinado rendimento a desempregados que tenham uma escolaridade baixa, criará uma desigualdade de oportunidades se ao mesmo tempo não permitir a essas pessoas a possibilidade de completarem a escolaridade básica. Há neste caso um conflito entre dois bens sociais, o rendimento e a igualdade de oportunidades. Outro exemplo é este: se uma sociedade garantir o acesso a uma determinada escolaridade a todos os seus cidadãos e ao mesmo tempo exigir que essa escolaridade seja assegurada por uma escola da área de residência, no caso de uma pessoa preferir uma escola fora da sua área de residência por ser mais competente e estimulante, gera-se um conflito entre a igualdade de oportunidades no acesso à educação e a liberdade de escolher a escola que cada um acha melhor.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Como podes ver, a concepção geral de justiça de Rawls deixa estes problemas por resolver. Será então indispensável um sistema de prioridades que justifique a opção por um dos bens em conflito. E nesse caso, se escolhemos um bem em detrimento de outro, é porque temos uma razão forte para considerar um dos bens mais prioritário do que outro. Nesse sentido, Rawls divide a sua concepção geral em três princípios:</p><div style="text-align: justify;"> <blockquote><p class="paragraph"><b>Princípio da liberdade igual: </b>A sociedade deve assegurar a máxima liberdade para cada pessoa compatível com uma liberdade igual para todos os outros.</p></blockquote> <blockquote><p class="paragraph"><b>Princípio da diferença: </b>A sociedade deve promover a distribuição igual da riqueza, excepto se a existência de desigualdades económicas e sociais gerar o maior benefício para os menos favorecidos.</p></blockquote> <blockquote><p class="paragraph"><b>Princípio da oportunidade justa: </b>As desigualdades económicas e sociais devem estar ligadas a postos e posições acessíveis a todos em condições de justa igualdade de oportunidades.</p></blockquote> </div><p style="text-align: justify;">Estes três princípios formam a concepção de justiça de Rawls. Mas por si só estes princípios não resolvem conflitos como os que viste. Se queres ter uma espécie de guia nas tuas escolhas, é preciso ainda estabelecer uma ordem de prioridades entre os princípios. Assim, o princípio da liberdade igual tem prioridade sobre os outros dois e o princípio da oportunidade justa tem prioridade sobre o princípio da diferença. Atingido um nível de bem-estar acima da luta pela sobrevivência, a liberdade tem prioridade absoluta sobre o bem-estar económico ou a igualdade de oportunidades, o que faz de Rawls um liberal. A liberdade de expressão e de religião, assim como outras liberdades, são direitos que não podem ser violados por considerações económicas. Por exemplo, se já tens um rendimento mínimo que te permite viver, não podes abdicar da tua liberdade e aceitar a restrição de não poderes sair de uma exploração agrícola na condição de passares a ganhar mais. Outro exemplo que a teoria de Rawls rejeita seria o de abdicares de gozar de liberdade de expressão para um dia teres a vantagem económica de não te serem cobrados impostos.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Em cada um dos princípios mantém-se a ideia de distribuição justa. Assim, uma desigualdade de liberdade, oportunidade ou rendimento será permitida se beneficiar os menos favorecidos. Isto faz de Rawls um liberal com preocupações igualitárias. Considera mais uma vez alguns exemplos. Um sistema de ensino pode permitir aos estudantes mais dotados o acesso a maiores apoios se, por exemplo, as empresas em dificuldade vierem a beneficiar mais tarde do seu contributo, aumentando os lucros e evitando despedimentos. Outro caso permitido é o de os médicos ganharem mais do que a maioria das pessoas desde que isso permita aos médicos ter acesso a tecnologia e investigação de ponta que tornem mais eficazes os tratamentos de certas doenças e desde que, claro, esses tratamentos estejam disponíveis para os menos favorecidos.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">As liberdades básicas a que Rawls dá atenção são os direitos civis e políticos reconhecidos nas democracias liberais, como a liberdade de expressão, o direito à justiça e à mobilidade, o direito de votar e de ser candidato a cargos públicos.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">A parte mais disputável da teoria de Rawls é a que diz respeito à exigência de distribuição justa de recursos económicos — o que se compreende. Uma vez resolvido o problema dos direitos e liberdades básicas nas sociedades democráticas liberais, o grande problema com que estas sociedades se deparam é o de saber como devem ser distribuídos os recursos económicos — trata-se do problema da justiça distributiva. Ora, como essa exigência de distribuição justa é expressa pelo princípio da diferença, serão submetidos à tua avaliação crítica os argumentos de Rawls em defesa desse princípio.</p><div style="text-align: justify;"> </div><h2 style="text-align: justify;">Argumentos</h2><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Rawls apresenta dois argumentos a favor do princípio da diferença: o argumento intuitivo da igualdade de oportunidades e o argumento do contrato social hipotético.</p><div style="text-align: justify;"> </div><h3 style="text-align: justify;">O argumento intuitivo da igualdade de oportunidades</h3><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Este argumento apela à tua intuição de que o destino das pessoas deve depender das suas escolhas, e não das circunstâncias em que por acaso se encontram. Ninguém merece ver as suas escolhas e ambições negadas pela circunstância de pertencer a uma certa classe social ou raça. Intuitivamente não achamos plausível que uma mulher, pelo simples facto de ser mulher, encontre resistências à possibilidade de liderar um banco. Estas são circunstâncias que a igualdade de oportunidades deve eliminar. Ora, estando garantida a igualdade de oportunidades, prevalece nas sociedades actuais a ideia de que as desigualdades de rendimento são aceitáveis independentemente de os menos favorecidos beneficiarem ou não dessas desigualdades. Como ninguém é desfavorecido pelas suas circunstâncias sociais, o destino das pessoas está nas suas próprias mãos. Os sucessos e os falhanços dependem do mérito de cada um, ou da falta dele. É assim que a maioria pensa.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Mas será que esta visão dominante da igualdade de oportunidades respeita a tua intuição de que o destino das pessoas deve ser determinado pelas suas escolhas, e não pelas circunstâncias em que se encontram? Rawls pensa que não. Por esta razão: reconhecendo apenas diferenças nas circunstâncias sociais e ignorando as diferenças nos talentos naturais, a visão dominante terá de aceitar que o destino de um deficiente seja determinado pela sua deficiência ou que a infelicidade de um QI baixo dite o destino de uma pessoa. Isto impõe um limite injustificado à tua intuição. Se é injusto que o destino de cada um seja determinado por desigualdades sociais, também o será se for determinado por desigualdades naturais. Afinal, a tua intuição vê a mesma injustiça neste último caso. Logo, como as pessoas são moralmente iguais, o destino de cada um não deve depender da arbitrariedade dos acasos sociais ou naturais. E neste caso não poderás aceitar o destino do deficiente ou da pessoa com um QI baixo.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">O que propõe Rawls em alternativa? Que a noção comum de igualdade de oportunidades passe a reconhecer as desigualdades naturais. Como? Dispondo a sociedade da seguinte maneira: quem ganha na "lotaria" social e natural dá a quem perde. De acordo com Rawls, ninguém deve beneficiar de forma exclusiva dos seus talentos naturais, mas não é injusto permitir tais benefícios se eles trazem vantagens para aqueles que a "lotaria" natural não favoreceu. E deste modo justificamos o princípio da diferença. Concluindo, a noção dominante de igualdade de oportunidades parte da intuição de que o destino de cada pessoa deve ser determinado pelas suas escolhas, e não pelas suas circunstâncias; mas esta mesma intuição consistentemente considerada obriga a que aquela noção passe a incluir as desigualdades naturais. O que daí resulta é precisamente o princípio da diferença. Como ninguém parece querer abdicar do pressuposto da igualdade moral entre todas as pessoas, Rawls defende que o princípio que melhor dá conta desse pressuposto é o princípio da diferença.</p><div style="text-align: justify;"> </div><h3 style="text-align: justify;">O argumento do contrato social hipotético</h3><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Imagina que não conheces o teu lugar na sociedade, a tua classe e estatuto social, os teus gostos pessoais e as tuas características psicológicas, a tua sorte na distribuição dos talentos naturais (como a inteligência, a força e a beleza) e que nem sequer conheces a tua concepção de bem, ignorando que coisas fazem uma vida valer a pena. Mas não és o único que se encontra nesta posição original; pelo contrário, todos estão envoltos neste véu de ignorância. Rawls afirma que esta situação hipotética descreve uma posição inicial de igualdade e nessa medida este argumento junta-se ao argumento intuitivo da igualdade de oportunidades. Ambos procuram defender a concepção de igualdade que melhor dá conta das nossas intuições de igualdade e justiça. De seguida, Rawls levanta a questão central: Que princípios de justiça seriam escolhidos por detrás deste véu de ignorância? Aqueles que as pessoas aceitariam contando que não teriam maneira de saber se seriam ou não favorecidas pelas contingências sociais ou naturais. Nessa medida, a posição original diz-nos que é razoável aceitar que ninguém deve ser favorecido ou desfavorecido.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Apesar de não sabermos qual será a nossa posição na sociedade e que objectivos teremos, há coisas que qualquer vida boa exige. Poderás ter uma vida boa como arquitecto ou poderás ter uma vida boa como mecânico e parece óbvio que estas vidas particulares serão bastante diferentes. Mas para serem ambas vidas boas há coisas que terão de estar presentes em qualquer uma delas, assim como em qualquer vida boa. A estas coisas Rawls chama bens primários. Há dois tipos de bens primários, os sociais e os naturais. Os bens primários sociais são directamente distribuídos pelas instituições sociais e incluem o rendimento e a riqueza, as oportunidades e os poderes, e os direitos e as liberdades. Os bens primários naturais são influenciados, mas não directamente distribuídos, pelas instituições sociais e incluem a saúde, a inteligência, o vigor, a imaginação e os talentos naturais. Podes achar estranho que as instituições sociais distribuam directamente rendimento e riqueza, mas segundo Rawls as empresas são instituições sociais.</p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Ora, sob o véu de ignorância, as pessoas querem princípios de justiça que lhes permitam ter o melhor acesso possível aos bens sociais primários. E, como não sabem que posição têm na sociedade, identificam-se com qualquer outra pessoa e imaginam-se no lugar dela. Desse modo, o que promove o bem de uma pessoa é o que promove o bem de todos e garante-se a imparcialidade. O véu de ignorância é assim um teste intuitivo de justiça: se queremos assegurar uma distribuição justa de peixe por três famílias, a pessoa que faz a distribuição não pode saber que parte terá; se queremos assegurar um jogo de futebol justo, a pessoa que estabelece as regras não pode saber se a sua equipa está a fazer um bom campeonato ou não. Imagina os seguintes padrões de distribuição de bens sociais primários em mundos só com três pessoas:</p><div style="text-align: justify;"> <blockquote><p> Mundo 1: 9, 8, 3;<br />Mundo 2: 10, 7, 2;<br />Mundo 3: 6, 5, 5. </p></blockquote> </div><p style="text-align: justify;">Qual destes mundos garante o melhor acesso possível aos bens em questão? Lembra-te que te encontras envolto no véu de ignorância. Arriscas ou jogas pelo seguro? Tentas maximizar o melhor resultado possível ou tentas maximizar o pior resultado possível? Rawls responde que a tua intuição de justiça te conduzirá ao mundo 3. A escolha racional será essa. A estratégia de Rawls é conhecida como "maximin", dado que procura maximizar o mínimo. (Repara que a soma total de bens sociais do mundo 1 é 20, ao passo que no mundo 3 a soma total é apenas 16. Por outras palavras, o mundo 3 é menos rico do que o mundo 1, mas mais igualitário.) Nessa medida, defende que devemos escolher, de entre todos as situações possíveis, aquela em que a pessoa menos favorecida fica melhor em termos de distribuição de bens primários. É verdade que os outros dois padrões de distribuição têm uma utilidade média mais alta. (A utilidade média obtém-se somando a riqueza total e dividindo-a pelas pessoas existentes. A utilidade média do mundo 1 é 6,6 e a do mundo 3 é de apenas 5,3.) Todavia, como só tens uma vida para viver e nada sabes sobre qual será a tua posição mais provável nos outros dois padrões, a escolha do mundo 3 é mais racional e ao mesmo tempo mais compatível com as tuas intuições de igualdade e justiça. E o que diz o princípio da diferença? Diz precisamente que a sociedade deve promover a distribuição igual da riqueza, excepto as desigualdades económicas e sociais que beneficiam os menos favorecidos. Afinal, parece que nenhuma das desigualdades dos mundos 1 e 2 traz benefícios para os menos favorecidos.</p><div style="text-align: justify;"> </div><h2 style="text-align: justify;">Objecções</h2><div style="text-align: justify;"> </div><h3 style="text-align: justify;">A teoria de Rawls não compensa as desigualdades naturais</h3><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">A concepção comum de igualdade de oportunidades não limita a influência dos talentos naturais. Rawls tenta resolver essa falha através do princípio da diferença. Assim, os mais talentosos não merecem ter um rendimento maior e só o têm se com isso beneficiarem os menos favorecidos. Mas talvez Rawls não tenha resolvido o problema. Talvez a sua teoria da justiça deixe ainda demasiado espaço para a influência das desigualdades naturais. E nesse caso o destino das pessoas continua a ser influenciado por factores arbitrários. </p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">Rawls define os menos favorecidos como aqueles que têm menos bens sociais primários. Imagina agora duas pessoas na mesma posição inicial de igualdade: têm as mesmas liberdades, recursos e oportunidades. Uma das pessoas tem o azar de contrair uma doença grave, crónica e incapacitante. Esta desvantagem natural implica custos na ordem dos 200 euros por mês para medicação e equipamentos. O que oferece a teoria de Rawls a esta pessoa? Como esta pessoa tem os mesmos bens sociais que a outra e os menos favorecidos são definidos em termos de bens sociais primários, a teoria de Rawls não prevê a possibilidade de a compensar. Sobre as desigualdades naturais, apenas é dito que os mais agraciados em talentos pela natureza podem ter um rendimento maior se com isso beneficiarem os menos favorecidos. </p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;">O princípio da diferença assegura os mesmos bens sociais primários a esta pessoa doente, mas não remove os encargos causados, não pelas suas escolhas, mas pela circunstância de ter contraído uma doença grave, crónica e incapacitante. A crítica à concepção dominante de igualdade de oportunidades devia ter levado Rawls ao princípio de que as desigualdades naturais, tal como as sociais, devem ser compensadas. Não se vê justificação para tratar as limitações naturais de maneira diferente das sociais. Logo, as desvantagens naturais devem ser compensadas (equipamento, transportes, medicina e formação profissional subsidiadas). A teoria de Rawls enfrenta a objecção de não reconhecer como desejável a tentativa de compensação destas desvantagens.</p><div style="text-align: justify;"> </div><h3 style="text-align: right; font-weight: normal;"><span style="font-size:78%;">Fontes:</span></h3><h3 style="text-align: right; font-weight: normal;"><span style="font-size:78%;"> http://criticanarede.com/pol_justica.html</span></h3><div style="text-align: right;"><span style=";font-family:Helvetica;font-size:78%;" > <em>Dicionário Escolar de Filosofia</em>, Org. Aires Almeida, Plátano, 2003 (Alvaro Nunes)</span></div><p style="text-align: justify;"><br /></p>Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-405772583332003222011-01-26T10:28:00.005+00:002011-05-05T09:31:43.294+01:00Os 3 tipos de acção 2º Kant<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; ">OS TRÊS TIPOS DE ACÇÃO</span><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; "><br />Um comerciante pode </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; ">praticar um preço injusto, incorrecto,</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; ">ou</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; ">praticar um preço justo, correcto. </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; "><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; ">No primeiro caso é evidente que a sua acção é imoral, é injusta é uma acção má – sem valor moral.<br /><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; ">Mas praticando o preço justo, correcto, a sua acção é necessariamente BOA, tem valor moral? Ou seja, basta a sua acção ser correcta ou justa para ser BOA ou ter valor moral?<br />NÃO. Porquê?<br /><br />Porque temos 3 tipos de acção:<br />1) <b>acção contra o dever:</b> é o que acontece quando o comerciante explora os clientes, praticando preços abusivos. São acções que estão em contradição com o dever são, neste sentido, destituídas de valor moral. = IMORAL E ILEGAL<br />2) <b>acção conforme ao deve</b>r: é o caso do comerciante que não vende os produtos mais caros para não sofrer as consequências, podia ser prejudicado posteriormente. Esta acção também não tem valor moral porque ela não passa de um meio para o comerciante obter um determinado fim, exterior à acção. Neste caso o comerciante não agiu unicamente por obediência ao dever, apenas agiu de acordo ou em conformidade com a lei permanecendo no plano da legalidade. Agiu por interesse pessoal. =IMORAL E LEGAL<br />3)<b> acção por respeito ao dever:</b> a moralidade exige que se actue unicamente por respeito à lei moral, por dever. É o caso do comerciante que não vende caro porque sabe que esse é o seu dever. só assim cumpre a lei moral que a sua razão criou. = MORAL E LEGAL</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; "><br />Para Kant estas são as verdadeiras acções morais, pois o valor reside na intenção que conduz à acção. </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; "><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; ">Sendo praticadas por respeito ao dever, a acção constitui um fim em si mesmo e não um meio para obter uma recompensa (exterior e consequência posterior).Isto significa que o homem só age bem se actuar por dever. E agir por dever é agir por respeito à lei moral e não por submissão às consequências ou ao fim a atingir.</span></div>Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-56293625894615795142010-10-24T11:05:00.004+01:002010-10-24T11:09:00.494+01:00DIA INTERNACIONAL DA FILOSOFIA 2010<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz0cqo-8D5Fg6PyZOkKDh3H8kQSDnZgVda0P5t2ON-xZ99kpNECTDW9KPMl9sfJsp7AtzWxqRI41fkp8sQloHKNt9NQY6iarWDFEHYKuVgTl3-EMsFYOdaZKjVUaqxGG5aNeehJX1iDhQN/s1600/Sem+T%C3%ADtulo.png"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 481px; DISPLAY: block; HEIGHT: 450px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5531552480045494946" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz0cqo-8D5Fg6PyZOkKDh3H8kQSDnZgVda0P5t2ON-xZ99kpNECTDW9KPMl9sfJsp7AtzWxqRI41fkp8sQloHKNt9NQY6iarWDFEHYKuVgTl3-EMsFYOdaZKjVUaqxGG5aNeehJX1iDhQN/s400/Sem+T%C3%ADtulo.png" /></a><br /><p align="left"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzeHrrPSJCwYJeYBQnxl1kmXSQldKOQCM6vM5ELoUhnYyyrFQf1BzTVEUNHcutUO9iCCPLJ15YN3sRpnpqHhvyDeefop566VVQdgdrqtGpk4buceBU26hBDsNkGmXFKYZ5KNjWyoTW3mZB/s1600/Sem+T%C3%ADtulo.png"></a></p>Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-24034218019316661052010-10-05T10:49:00.006+01:002010-10-05T11:09:37.047+01:00"Truman Show" Vs "Alegoria da Caverna"<div align="justify"><span style="font-size:180%;">Título Original: The Truman Show</span><br /></div><br /><div align="justify"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 317px; DISPLAY: block; HEIGHT: 256px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5524498890867911218" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTRTL4d89xLhvJIojWLiihXujWqRFMus7CkYlycxUpywAFFRVd9_twntXwA8f7lvG08ZDsu0Ogas5Hx0KUyU-OhBPr-kAKbXGcrIWyiW90olcpdb-63pO5IhQsGOSJK9O1GExQsdqAIJKA/s400/netci281.jpg" /><br />Género: Drama </div><br /><p align="justify"><br /><br />Origem/Ano: EUA/1998<br /><br />Duração: 103 min<br /><br />Direcção: Peter Weir<br /><br />Elenco:<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQdKeh7lAqaqOBmxYoUch6XZYHSzAPles11Ully7UiO7TCU70HJ2K7AoEVLG7S3podCJDZYJC-pac-jVL9nDoGDkZVtfLlUngtXjiC6xX21-Rip0KgfkGKaYEVisVIyniQRz0EYtQwJ4Dn/s1600/netci280.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 347px; FLOAT: right; HEIGHT: 250px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5524498602384060610" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQdKeh7lAqaqOBmxYoUch6XZYHSzAPles11Ully7UiO7TCU70HJ2K7AoEVLG7S3podCJDZYJC-pac-jVL9nDoGDkZVtfLlUngtXjiC6xX21-Rip0KgfkGKaYEVisVIyniQRz0EYtQwJ4Dn/s400/netci280.jpg" /></a><br />Jim Carrey...<br />Laura Linney...<br />Noah Emmerich...<br />Natascha McElhone...<br />Holland Taylor...<br />Brian Delate...<br />Blair Slater...<br />Peter Krause...<br />Heidi Schanz...<br />Ron Taylor...<br />Don Taylor...<br />Ted Raymond...<br />Judy Clayton...<br />Fritz Dominique...<br />Angel Schmiedt...<br /><br /><span style="font-size:180%;">Sinopse</span>: O vendedor de seguros Truman Burbank (Jim Carrey) vive em Seaheaven, um paraíso terrestre onde todos parecem conviver em perfeita harmonia. Mas o seu casamento com Meryl (Laura Linney) não anda muito bem e, para piorar, ele sente-se constantemente vigiado.<br /><br />Decidido a investigar se realmente o estão espionando, Truman começa a perceber uma série de situações estranhas que aguçam ainda mais suas dúvidas e levam-no à descoberta: sua vida é um show de tv.<br /><br />Abandonado pelos pais ainda bebé, Truman é adoptado por uma rede de televisão que o cria num mundo irreal: a cidade onde vive é um imenso cenário, a sua esposa, amigos, vizinhos, são todos actores contratados. A sua vida é uma farsa, acompanhada por milhares de telespectadores.<br /><br />A partir de então a sua luta é para libertar-se e poder viver verdadeiramente.<br /><br /><br /><br /><br /><span style="font-size:180%;color:#333399;">Alguns dos elementos do filme “Show de Truman” que revelam o paralelo entre a obra de cinema e o mito Platónico:</span><br /></p><br /><p align="justify">1. A “Caverna das Aparências” de Platão funciona como um cativeiro, e os prisioneiros que habitam no seu interior, acreditam que as sombras que vêem projectadas dentro dela são a realidade (os prisioneiros vivem enganados por um processo de ilusão que os levam a tomar o falso como verdadeiro).<br />A ilha de Seaheaven é um grande cenário (um mundo falso) que também funciona como um cativeiro para o protagonista do filme Truman Burbank, que vive a sua vida dentro dela sem saber que é o astro de reality show exibido numa rede de televisão.<br /></p><br /><p align="justify">2. Os prisioneiros do mito da caverna estão algemados, estas algemas representam os pré-conceitos e pré-juízos das pessoas comuns. O pensamento irreflectido do dia a dia (do quotidiano).<br />O que prende Truman Burbank na ilha, é a rotina (seu quotidiano) e todas as estratégias subjectivas pensadas e aplicadas pelos mentores do reality show para torná-lo uma pessoa passiva, alienada e conformista.<br /></p><br /><p align="justify">3. Um dos prisioneiros da caverna torna-se um sujeito questionador e a partir daí percorre um doloroso caminho para fora da caverna.<br />Truman também começa a questionar o mundo à sua volta e a partir daí percorre um árduo e doloroso caminho para sair da ilha e conhecer o mundo real.<br /></p><br /><p align="justify">4. Nos dois casos sair da ilha é um risco, é perigoso. Ambos os personagens arriscam a vida nas narrativas, Truman para conseguir sair da ilha e o prisioneiro da caverna ao retornar para libertar os seus amigos de cativeiro.<br /></p><br /><p align="justify">5. Ambos os personagens buscam o caminho do novo, motivados por um desejo de saber para além do que conhecem.<br /><br /><br />Excerto do filme:<br /><br /><a href="http://www.youtube.com/watch?v=jc_isjiVLs8">http://www.youtube.com/watch?v=jc_isjiVLs8</a></p><p align="justify"><span style="font-size:78%;"></span> </p><p align="justify"><span style="font-size:78%;"><a href="http://www.webcine.com.br/filmessi/truman.htm">http://www.webcine.com.br/filmessi/truman.htm</a></span></p><a href="http://www.youtube.com/watch?v=RyUmN8t9qBU"></a><br /><a href="http://www.youtube.com/watch?v=RyUmN8t9qBU"></a>Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-40765071007262736672010-09-27T15:10:00.004+01:002010-09-27T15:15:20.174+01:00"O Mundo de Sofia" - Uma introdução à Filosofia<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyp8B6gtApIX3o9LFHlE-BlkyyUWSs8ybHck8dClFWAgBplZNCEnOq4hBv3etiHJNzOL9aGec615bVOeTD8sWAywvRUpcGEFwwLXvGSQEiWgs6YYurgxO9PK85GLTHLm_hGQWCRszQJw45/s1600/o%2520mundo%2520sofia%2520FILMEof.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 260px; DISPLAY: block; HEIGHT: 393px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5521596058310398642" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyp8B6gtApIX3o9LFHlE-BlkyyUWSs8ybHck8dClFWAgBplZNCEnOq4hBv3etiHJNzOL9aGec615bVOeTD8sWAywvRUpcGEFwwLXvGSQEiWgs6YYurgxO9PK85GLTHLm_hGQWCRszQJw45/s400/o%2520mundo%2520sofia%2520FILMEof.jpg" /></a><br />Para todos aqueles que se iniciam agora na Filosofia, esta é uma execelente obra de "arranque".<br /><br />Disponivel neste site<br /><br /><a href="http://livrosgeneros.blogspot.com/2008/06/jostein-gaarder-o-mundo-de-sofia.html">http://livrosgeneros.blogspot.com/2008/06/jostein-gaarder-o-mundo-de-sofia.html</a><br /><a href="http://livrosgeneros.blogspot.com/2008/06/jostein-gaarder-o-mundo-de-sofia.html"></a>Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-51685455667938872482010-02-23T14:47:00.001+00:002010-02-23T14:47:27.703+00:00ética<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/oFtjZ7b4NNg&hl=pt_BR&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/oFtjZ7b4NNg&hl=pt_BR&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-40909086757107598252010-01-29T13:43:00.004+00:002010-01-29T13:46:08.934+00:00Ética e Moral<div align="justify">Ambos os termos, Ética e Moral, referem-se aos mesmos conteúdos, tendo a ética partido da etimologia grega e a moral do latim. No entanto, é preciso fazer uma apreciação etimológica mais aprofundada. </div><div align="justify"></div><div align="justify">De facto, constata-se que o termo “ética” tem a sua origem no termo grego ethos, sendo que este apresentava duas grafias ligeiramente distintas, êthos e éthos. Êthos inicialmente designava o lugar onde se guardavam os animais e posteriormente evoluiu para o lugar de onde <em>brotam os actos, ou seja a interioridade dos homens, o seu carácter</em>. Éthos significava o hábito<em>, referindo-se ao agir habitual</em>. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Quando foi feita a tradução para o latim do ethos os dois significados foram integrados no termo “hábito”, prevalecendo portanto a significação do éthos, e que se diz “mos” (com “moris” no genitivo), dando posteriormente origem ao termo “moral”. Neste processo foi-se consolidando uma distinção entre o êthos grego e o mores latino, salientando, o primeiro, a interioridade do homem de onde provêm os seus actos e o segundo referindo-se ao aspecto repetitivo dos actos humanos. No seguimento deste raciocínio podemos atribuir à ética a procura daquilo que é o aspecto mais pessoal do agir humano, o aspecto reflexivo, a sua fundamentação. A <strong>ética</strong> busca deste modo a <strong>fundamentação</strong> do agir, enquanto a <strong>moral</strong> se debruça sobre o modo como as <strong>leis morais</strong> se hierarquizam, se aplicam nos casos concretos, tendo em conta a liberdade de decisão e o recurso a valores. </div><div align="justify"></div><div align="justify">A ética apresenta, assim, um carácter mais <strong>descritivo</strong>, enquanto procura de fundamentação, enquanto que a moral tem um pendor mais <strong>prescritivo</strong>. </div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />adaptado de<br />http://www.eticus.com/saibamais.php?sp=4</div>Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-45344146572410421282010-01-15T14:03:00.005+00:002010-01-15T14:09:13.094+00:00Racismo, xenofobia e Chauvinismo<div><div><div><div><strong>Racismo</strong>:<br /><br />A palavra racismo tem origem na junção de dois termos: raça e “ismo”, sendo raça a palavra mãe. <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiesTy04bcWDfq53b1_fELwyr2n2qK8MRauk5oSJYN96qHF6Hp4-u7pwryinLVwav9JrUpiJarzzxBsf4ouUUO5TXipaBH9u_XwUAAVEjzlzYGKtaFIUnrKhZ_qGOsOVGMuXrnqXAWuWEZ5/s1600-h/images2.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 130px; FLOAT: left; HEIGHT: 87px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5426968167985034994" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiesTy04bcWDfq53b1_fELwyr2n2qK8MRauk5oSJYN96qHF6Hp4-u7pwryinLVwav9JrUpiJarzzxBsf4ouUUO5TXipaBH9u_XwUAAVEjzlzYGKtaFIUnrKhZ_qGOsOVGMuXrnqXAWuWEZ5/s400/images2.jpg" /></a><br /><br />Racismo = Raça + “ismo”<br /><br />Para percebermos o significado da palavra racismo temos de entender o que significa realmente a palavra raça.<br /><br />Raça é o grupo de indivíduos pertencentes a um tronco comum e que apresentam particularidades análogas entre os membros da mesma espécie.<br /><br />A palavra raça teve origem no latim, de ratio, que significa espécie. <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-Qobw9Vv-iYORzyFANnHvBQxtTt8XpggRMMtKJCyp4JS-ZmIhFVklQnFd-OUTG0LOVrlbe17O_ngTJZ9Ddw2zbVOrYDvpDNkk0BmIkVVCLfklm-dVBdRA0gDt8VDaD30in2GBjYZJ92Pn/s1600-h/images.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 216px; FLOAT: right; HEIGHT: 141px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5426968244242790594" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-Qobw9Vv-iYORzyFANnHvBQxtTt8XpggRMMtKJCyp4JS-ZmIhFVklQnFd-OUTG0LOVrlbe17O_ngTJZ9Ddw2zbVOrYDvpDNkk0BmIkVVCLfklm-dVBdRA0gDt8VDaD30in2GBjYZJ92Pn/s400/images.jpg" /></a><br /><br />Assim, racismo, não é mais do que uma teoria que afirma a superioridade da raça X ou Y em relação às outras raças. Nesta teoria assenta a defesa do direito de dominar ou mesmo reprimir as raças consideradas inferiores.<br /><br />O racismo é, pois, uma atitude preconceituosa e discriminatória contra indivíduos de certas raças ou etnias.<br /><br /><strong>Xenofobia</strong>:<br /><br />A palavra xenofobia, tal como a palavra racismo, advém da junção de dois termos: xeno e fobia.<br /><br />A palavra xeno esta relacionada com a formação de palavras que exprime a ideia de estrangeiro ou estranho.<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRmFw8PoEqC5tYscoKg3CaBWwQh78SaOjIeNJ4pnRrgVaBB9fdQcMUBHtjpqfrLNvi0eziPZnk7OH44bODgb-1ttTvF9aqTMNYXX1_3oCmQvKHkppaJAw9irsWpLc5luekALRkEOWUYWNK/s1600-h/XENOFOBIA-PRESIONADOS.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 281px; FLOAT: right; HEIGHT: 283px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5426967441514744786" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRmFw8PoEqC5tYscoKg3CaBWwQh78SaOjIeNJ4pnRrgVaBB9fdQcMUBHtjpqfrLNvi0eziPZnk7OH44bODgb-1ttTvF9aqTMNYXX1_3oCmQvKHkppaJAw9irsWpLc5luekALRkEOWUYWNK/s400/XENOFOBIA-PRESIONADOS.jpg" /></a><br />Fobia é o medo patológico, aversão impossível de conter.<br /><br />Xenofobia = Xeno + Fobia<br /><br />Assim, podemos entender a xenofobia como a antipatia ou aversão pelas pessoas ou coisas estrangeiras. Esta pode ser característica de um nacionalismo excessivo. Xenofobia é também um distúrbio psiquiátrico ao medo excessivo e descontrolado ao desconhecido ou diferente.<br /><br />Xenofobia é um termo também usado num sentido amplo (amplamente usado mas muito debatido) referindo-se a qualquer forma de preconceito, racial, de grupos minoritários ou cultural.<br /><br /><strong>Chauvinismo</strong>:<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6tT0Y9MIMBj51GKsgMQzvOHyFNcI2wUZx187f_KrTDoPhvfFMWJGhJp0vAD6KErG3ud9xYUm5ZCiQiMt4wU0K75Uxep3qokLc51gQtWk4DptviAUN5SdNsXQxdWtVVujPXLgILJFPsflj/s1600-h/unclesam4lm%5B1%5D.png"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 151px; FLOAT: left; HEIGHT: 209px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5426967872229045394" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6tT0Y9MIMBj51GKsgMQzvOHyFNcI2wUZx187f_KrTDoPhvfFMWJGhJp0vAD6KErG3ud9xYUm5ZCiQiMt4wU0K75Uxep3qokLc51gQtWk4DptviAUN5SdNsXQxdWtVVujPXLgILJFPsflj/s400/unclesam4lm%5B1%5D.png" /></a><br />O termo chauvinismo teve origem em França, devido a Nicolas Chauvin, um soldado de Napoleão que se tornou um patriota fanático.<br /><br />O chauvinismo é isso mesmo, um patriotismo exagerado, um amor exaltado à pátria, um sentimento de nacionalismo exacerbado. </div></div></div></div>Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-87079116203834101392010-01-15T13:57:00.002+00:002010-01-15T14:03:08.841+00:00Valores<strong>Caracterização dos valores</strong><br />• Os valores só têm existência no seio de uma dada cultura ou comunidade;<br />• Os valores situam-se na ordem do ideal e não dos objectos concretos ou dos acontecimentos;<br />• Os valores manifestam-se de forma real, nas condutas e nas coisas que os exprimem simbolicamente;<br />• Os valores não são coisas mas qualidades das coisas, não estão nelas de modo real e sensível;<br />• O modo de ser dos valores é o valer – o modo como cada membro de uma cultura valoriza as coisas;<br />• Os valores têm matéria, polaridade e hierarquia, universalidade ou relatividade.<br />• A matéria dos valores é o que distingue os valores uns dos outros;<br />• Polaridade diz respeito ao facto de os valores terem sempre um pólo positivo e negativo;<br />• A hierarquia implica que haja valores que se subordinem a outros – uns valem mais;<br />• Relatividade/universalidade, diz respeito ao facto de os valores serem próprios de uma sociedade, a qual tem sempre os seus valores, ideais, …<br /><br /><br /><strong>Tipos de valores</strong><br />• Valores Éticos ou do bem moral – referem-se às normas ou critérios de conduta que afectam todas as áreas da nossas actividade;<br />• Valores Estéticos – valores que expressam o belo, o feio, o sublime, o trágico;<br />• Valores Religiosos – são os que dizem respeito à relação do homem com a transcendência;<br />• Valores Políticos - igualdade, justiça, imparcialidade, cidadania, liberdade;<br />• Valores Vitais – saúde, força<br /><br /><strong>Facto e Valor</strong><br />• Facto – é um acontecimento considerado objectivo, a realidade, em oposição a palavras, ideias, teorias, etc.. Os factos podem ser verificados e qualquer afirmação sobre eles pode ser verdadeira ou falsa.<br />• Valor – é uma qualidade que atribuímos às coisas, situações ou pessoas. Resultam de uma escolha em função da atitude, da cultura e da educação de cada pessoa. São subjectivos e relativos.<br /><br /><strong>Divergência de posições<br /></strong>• Os que defendem a separação radical entre facto e valor<br />• Os que defendem que o normativo e o factual se encontram numa relação mútua<br /><br /><strong>Historicidade e perenidade dos valores</strong><br />• Objectivismo axiológico : Os objectos valem por si mesmos, independentemente do sujeito.<br />• Subjectivismo axiológico: O valor do objecto depende do modo como a sua presença afecta o sujeito<br /><br />Qual a perspectiva correcta?<br />• Os valores não se reduzem às vivências do sujeito que avalia, nem existem em si. Os valores existem para um sujeito, entendido não apenas como mero indivíduo, mas como ser social.<br />• É o homem, enquanto ser histórico-social, com a sua atitude prática que cria os valores. O indivíduo encontra-se determinado por uma cultura, da qual se alimenta espiritualmente. A sua apreciação das coisas, os seus juízos de valor conformam-se com as regras, critérios e valores que nem inventa nem descobre pessoalmente, antes têm uma significação pessoal.<br />• Os valores são criações humanas, existem unicamente num mundo social, para o homem e pelo homem.<br />• Resultam de apreciações interiores, organizadas hierarquicamente numa escala de preferências individuais e sociais, em função da qual pautamos o nosso comportamento.<br />• O homem e a vida mudam, logo os valores também mudam – a historicidade é própria do homem, mas também dos valores.<br /><br /><strong>Considerações finais:<br /></strong>1) Não existem valores em si, como entes ideais ou reais, mas objectos reais (ou bens) que possuem valor.<br />2) Uma vez que os valores não constituem um mundo de objectos que exista independentemente do mundo dos objectos reais, só se dão na realidade - natural e humana - como propriedades valiosas desta realidade.<br />3) Os valores requerem, por conseguinte - como condição necessária - a existência de certas propriedades reais - naturais ou físicas - que constituem o suporte necessário das propriedades que consideramos valiosas.<br />4) As propriedades reais sustentam o valor, e sem as quais não se daria este, só são valiosas potencialmente. Para se actualizarem e se converterem em propriedades valiosas efectivas, é indispensável que o objecto se encontre em relação com o homem social, com os seus interesses ou necessidades. Deste modo, o que só vale potencialmente adquire um valor efectivo.<br /><br /><br /><strong>Valores universais</strong><br />• Pessoa<br />• Dignidade humana<br />• Liberdade<br />• Solidariedade<br />• Igualdade<br />• Valores e cultura: universalidade ou relatividade<br /><br />Tendo a diversidade cultural subjacente a diversidade dos valores, estaremos condenados ao relativismo dos valores?<br /><br /><strong>A crise de valores</strong><br />• Vivemos ou não uma crise de valores?<br />• Segundo alguns, assistimos a uma decadência dos valores tradicionais.<br />• Para outros trata-se apenas de uma transformação dos valores, devida às próprias mutações económicas e sociais exigidas pelo ritmo da vida moderna.<br /><br /><strong>O que se defende?</strong><br />• A crise/morte de alguns valores não significa ausência de valores, antes pressupõe que novos valores nasçam, ainda que outros permaneçam: amizade, amor, generosidade, honestidade, justiça, liberdade…<br />• O desenvolvimento científico e tecnológico implicou o alargamento da reflexão em torno do campo dos valores;<br />• A influência da ciência, do racionalismo técnico e da tecnologia permitem ao homem um domínio acentuado sobre a natureza;<br />• A técnica satisfaz não só as necessidades humanas, mas cria sobretudo novas necessidades de consumo, contribuindo para acentuar a crise de valores tradicionais, se atendermos à mudança de mentalidades.Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-20551478464660992512009-12-20T19:40:00.000+00:002009-12-20T19:41:05.455+00:00A importância do caminho"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces <br />Estendendo-me os braços, e seguros <br />De que seria bom que eu os ouvisse <br />Quando me dizem: "vem por aqui!" <br />Eu olho-os com olhos lassos, <br />(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços) <br />E cruzo os braços, <br />E nunca vou por ali... <br /><br />A minha glória é esta: <br />Criar desumanidade! <br />Não acompanhar ninguém. <br />- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade <br />Com que rasguei o ventre a minha mãe <br /><br />Não, não vou por aí! Só vou por onde <br />Me levam meus próprios passos... <br /><br />Se ao que busco saber nenhum de vós responde <br />Por que me repetis: "vem por aqui!"? <br /><br />Prefiro escorregar nos becos lamacentos, <br />Redemoinhar aos ventos, <br />Como farrapos, arrastar os pés sangrentos, <br />A ir por aí... <br /><br />Se vim ao mundo, foi <br />Só para desflorar florestas virgens, <br />E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada! <br />O mais que faço não vale nada. <br /><br />Como, pois sereis vós <br />Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem <br />Para eu derrubar os meus obstáculos?... <br />Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós, <br />E vós amais o que é fácil! <br />Eu amo o Longe e a Miragem, <br />Amo os abismos, as torrentes, os desertos... <br /><br />Ide! Tendes estradas, <br />Tendes jardins, tendes canteiros, <br />Tendes pátria, tendes tectos, <br />E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios... <br />Eu tenho a minha Loucura ! <br />Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura, <br />E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios... <br /><br />Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém. <br />Todos tiveram pai, todos tiveram mãe; <br />Mas eu, que nunca principio nem acabo, <br />Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo. <br /><br />Ah, que ninguém me dê piedosas intenções! <br />Ninguém me peça definições! <br />Ninguém me diga: "vem por aqui"! <br />A minha vida é um vendaval que se soltou. <br />É uma onda que se alevantou. <br />É um átomo a mais que se animou... <br />Não sei por onde vou, <br />Não sei para onde vou <br />- Sei que não vou por aí! <br /><br />José RégioProfª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-16372744268772557402009-11-19T21:47:00.003+00:002009-11-19T21:53:58.104+00:00Dia Internacional da Filosofia - 19 de NovembroHoje é o dia Internacional da Filosofia. <br /><br />Recorda-nos a importância do questionamento filosófico e sublinha a importância do diálogo conduzindo-nos para a compreensão de um bem comum e maior: a humanidade.Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-88972820100760114342009-11-17T17:20:00.003+00:002009-11-17T17:25:55.728+00:00Liberdade VS Determinismo<div><br /><br /><div align="justify"><strong>Livre-arbítrio</strong>: «capacidade de tomarmos (pelo menos algumas) decisões de modo realmente independente.»</div><br /><br /><div align="justify"></div><br /><br /><div align="justify">Problema do livre-arbítrio: Será que somos livres? Será que decisões e acções são livres? Os filósofos Libertistas dizem que sim. Os filósofos Deterministas dizem que não.</div><br /><br /><div align="justify">---------------------------------------------------------------------------------------------</div><br /><br /><div align="justify"></div><br /><br /><div align="justify"><strong>Tese libertista</strong>: “O ser humano possui capacidade para decidir <img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5405124631239995986" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 143px; CURSOR: hand; HEIGHT: 95px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN_YmnjF5ro7dcxGLi1tLB0j8DiAq3V-BFJcqmA_YoYHyoow46Cc4BUj9BuMehtiVkB-dSuaO7Ewo8goGVva0ZW9zF4rQSqpefPpLrcWyvkv_PBtOrNDccmM21DA2985rvbMcYGdjflXVq/s400/DCA8WJ0M4CAIM2M58CAFITC4KCAE430UVCAWKV8WPCAEWT1Y3CAONERGJCACEKFDUCA9RJXNKCAEDRNWNCAU0AFH1CA14J9EECAQPQEZ7CAGP8GOCCAS9XC5BCA6BBT1XCA022RY2CAI5K6ZLCAXZQLPC.jpg" border="0" />de modo independente.” “Possuímos livre-arbítrio.” “O determinismo é falso.”</div><br /><br /><div align="justify"></div><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghZ3aM0pPAXAHe_jVwNfjNhyphenhyphenyVdZkNKWzq2sE9NCMM9toA8MUCxodIYydVNcP6A8DELH2Od2129325idmI1YxJjHutwXEWJZSmBGhaGUqgL2itI2G-RY0vdxqc_x3crqSyD6Y1tsBzergW/s1600/1CAVI8M57CAINNDQ7CATRQZUSCABC9620CA2WKW8RCAWSTCMHCAVESIEVCAVMB43NCAZ5DAEWCA2MD6VUCAIBZ0ATCAZ0MKQFCA3SBNPSCA7IPTOWCAEQFAR2CAMZ0BRFCAP0F759CAV1HBCWCAOABGM9.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5405124789058204866" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 121px; CURSOR: hand; HEIGHT: 124px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghZ3aM0pPAXAHe_jVwNfjNhyphenhyphenyVdZkNKWzq2sE9NCMM9toA8MUCxodIYydVNcP6A8DELH2Od2129325idmI1YxJjHutwXEWJZSmBGhaGUqgL2itI2G-RY0vdxqc_x3crqSyD6Y1tsBzergW/s400/1CAVI8M57CAINNDQ7CATRQZUSCABC9620CA2WKW8RCAWSTCMHCAVESIEVCAVMB43NCAZ5DAEWCA2MD6VUCAIBZ0ATCAZ0MKQFCA3SBNPSCA7IPTOWCAEQFAR2CAMZ0BRFCAP0F759CAV1HBCWCAOABGM9.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"><strong>Tese determinista</strong>: “O ser humano não possui capacidade para decidir de modo independente.” “Não possuímos livre-arbítrio.” “O libertismo é falso.” “Todas as decisões humanas são determinadas por causas, tal como os outros fenómenos naturais.”</div><br /><br /><div align="justify"></div><br /><br /><div align="justify"><em>Libertismo</em>: argumento da “experiência liberdade” (sentimos na 1º pessoa que somos livres)</div><br /><br /><div align="justify"></div><br /><br /><div align="justify"><em>Determinismo</em>: argumento da causalidade universal </div><br /><br /><div align="justify"></div><br /><br /><div align="justify">A causalidade abrange todos os acontecimentos, incluindo as decisões humanas</div><br /><br /><div align="justify"></div><br /><br /><div align="justify">Todos os fenómenos naturais obedecem às leis da física, química, etc.</div><br /><br /><div align="justify">Todos os fenómenos mentais (pensamentos, decisões, etc.) são fenómenos naturais (impulsos electroquímicos entre os neurónios.)</div><br /><br /><div align="justify">Logo os fenómenos mentais obedecem às leis da física, química, etc.</div><br /><br /><div align="justify"><br />Se os fenómenos mentais obedecem às leis da científica, então são causados, determinados tal como outros fenómenos naturais (por ex., a chuva)</div><br /><br /><div align="justify">Se são determinados, então não existem fenómenos mentais independentes.Logo todas as nossas decisões são determinadas, isto é, não são livres ou independentes.Se tudo tem uma causa, então as nossas decisões também têm.</div><br /><br /><div align="justify"></div><br /><br /><div align="justify"><strong>Responsabilidade e o problema do livre arbítrio</strong>:</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Se entendermos o conceito responsabilidade como a obrigação moral de escolher uma de várias possibilidades, então o determinismo é incompatível com a responsabilidade. Isto porque se o mundo for determinista eu nunca poderia ter escolhido outra alternativa diferente daquela que efectivamente escolhi. Mas se entendermos o conceito de responsabilidade apenas como o reconhecimento da autoria do determinado acto, então o determinismo é compatível com a responsabilidade. O sujeito não escolhe a acção, mas pratica-a, isto é, é o sujeito físico que executa determinado comportamento. </div></div>Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-67064766563002625002009-10-30T10:22:00.002+00:002009-10-30T10:29:51.255+00:00Seremos Livres?<div align="justify">«Vou contar-te um caso dramático. Já ouviste falar das térmitas, essas formigas brancas que, em África, constroem formigueiros impressionantes, com vários metros de altura e duros como pedra. Uma vez que o corpo das térmitas é mole, por não ter a couraça de quinina que protege os outros insectos, o formigueiro serve-lhes de carapaça colectiva contra certas formigas inimigas, mais bem armadas do que elas. Mas por vezes um dos formigueiros é derrubado, por causa duma cheia ou de um elefante (os elefantes, que havemos nós de fazer, gostam de coçar os flancos nas termiteiras). A seguir as térmitas-operário começam a trabalhar para reconstruir a fortaleza afectada, e fazem-no com toda a pressa. Entretanto, já as grandes formigas in<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1hIgPffcJgCge35ACHTbR85wNfhSjoUuWkzZBlQP78RUj4yhgShXi7jRghPLQE86MWQOSi4aDg6LGzyN8EUkB6EgWsOV0riChLayp1yLASMH3rVx4wEW6jPEgWAGdNa5l5_KyAynwgxc0/s1600-h/formiga.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398337021095371058" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 317px; CURSOR: hand; HEIGHT: 202px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1hIgPffcJgCge35ACHTbR85wNfhSjoUuWkzZBlQP78RUj4yhgShXi7jRghPLQE86MWQOSi4aDg6LGzyN8EUkB6EgWsOV0riChLayp1yLASMH3rVx4wEW6jPEgWAGdNa5l5_KyAynwgxc0/s400/formiga.jpg" border="0" /></a>imigas se lançam ao assalto. As térmitas soldado saem em defesa da sua tribo e tentam deter as inimigas. Como nem no tamanho nem no armamento podem competir com elas, penduram-se nas assaltantes tentando travar o mais possível o seu avanço, enquanto ferozes mandíbulas invasoras as vão despedaçando. As operárias trabalham com toda a velocidade e esforçam-se por fechar de novo a termiteira derrubada…mas fecham-na deixando de fora as pobres e heróicas térmitas-soldado, que sacrificam as suas vidas pela segurança das restantes formigas. Não merecerão estas formigas pelo menos uma medalha? Não será justo dizer que são valentes?<br /><br />Mudo agora de cenário, mas não de assunto. Na Ilíada, Homero conta a história de Heitor, o melhor guerreiro de Tróia, que espera a pé firme, fora das muralhas da sua cidade, Aquiles, o enfurecido campeão dos Aqueus, embora sabendo que Aquiles é mais forte e que ele provavelmente vai matá-lo. Fá-lo para cumprir o seu dever, que consiste em defender a família e os concidadãos do terrível assaltante. Ninguém tem dúvidas: Heitor é um herói, um homem valente como deve ser. Mas será Heitor heróico e valente da mesma maneira que as térmitas-soldado, cuja gesta milhões de vezes repetida nenhum Homero se deu ao trabalho de contar? Não faz Heitor, afinal de contas, a mesma coisa que qualquer uma das térmitas anónimas? Porque nos parece o seu valor mais autêntico e mais difícil do que o dos insectos? Qual é a diferença entre um e outro caso?<br /><br />Muito simplesmente, a diferença assenta no facto das térmita-soldado lutarem e morrerem porque têm que o fazer, sem que possam evitá-lo (como a aranha come a mosca). Heitor, por seu lado, sai para enfrentar Aquiles porque quer. As térmitas-soldado não podem desertar, nem revoltar-se, nem fazer cera para que as outras vão em seu lugar: estão programadas necessariamente pela Natureza para cumprirem a sua heróica missão. O caso de Heitor é distinto. Poderia dizer que está doente, ou que não tem vontade de se bater com alguém mais forte do que ele. Talvez os seus concidadãos lhe chamassem cobarde e o considerassem insensível ou talvez lhe perguntassem que outro plano via ele para deter Aquiles, mas é indubitável que Heitor tem a possibilidade de se recusar a ser herói. Por muita pressão que os restantes exercessem sobre ele, ele teria sempre maneira de escapar daquilo que se supõe que deve fazer: não está programado para ser herói, nem o está seja que homem for. Daí que o seu gesto tenha mérito e que Homero nos conte a sua história com uma emoção épica. Ao contrário das térmitas, dizemos que Heitor é livre e por isso admiramos a sua coragem.»<br /><br />Fernando Savater, Ética para um jovem, Ed. Presença, Lisboa, pp. 21-22</div>Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-72135854256282397362009-10-30T10:18:00.003+00:002009-10-30T10:30:52.829+00:00Seremos todos imbecis?<div align="justify">“Sabes qual é a única obrigação que temos nesta vida? Pois é a de não sermos imbecis. A palavra “imbecil” é mais densa do que parece, não duvides. Vem do latim baculus, que significa bastão: o imbecil é o que precisa de um bastão ou bengala para andar. Que não se zanguem connosco os coxos nem os velhos, porque a bengala a que nos referimos não é a que muito legitimamente se usa para ajudar a sustentar-se e a andar um corpo enfraquecido por algum acidente ou pela idade. O imbecil pode ser tão ágil quanto se queira e dar saltos como uma gazela olímpica, não é disso que se trata. Se o imbecil coxeia não é dos pés, mas do espírito: é o seu espírito que é enfermiço e manco, embora o seu corpo possa dar cambalhotas de primeira. Há imbecis de diversos modelos, à escolha:<br />a) O que acredito que não quer nada, o que diz que para ele é tudo igual, o que vive num perpétuo bocejo ou numa sesta permanente, mesmo que tenha os olhos abertos e não ressone.<br />b) O que acredita que quer tudo, a primeira coisa que lhe aparece e o contrário do que lhe aparece: ir-se embora e ficar, dançar e estar sentado, mascar dentes de alho e dar beijos sublimes, tudo ao mesmo tempo.<br />c) O que não sabe o que quer nem se dá ao trabalho de o averiguar. Imita os quereres dos seus vizinhos ou contraria-os porque sim, tudo o que faz lhe é ditado pela opinião maioritária daqueles que o rodeiam: é conformista sem reflexão ou revoltado sem causa.<br />d) O que sabe que quer e sabe o que quer e, mais ou menos, sabe porque é que o quer, mas quer pouco, com medo ou sem força. Acaba sempre por fazer, bem vistas as coisas, o que não quer, deixando o que quer para amanhã, pois talvez amanhã esteja mais bem disposto.<br />e) O que quer com força e ferocidade, em estilo bárbaro, mas se enganou a si próprio acerca do que é a realidade; despista-se em grande e acaba por confundir a vida boa com aquilo que o há-de tornar pó.</div><div align="justify">(...)</div><div align="justify">O contrário de se ser moralmente imbecil é ter-se consciência. (…) Em que consiste essa consciência que nos curará da imbecilidade moral? Fundamentalmente nos traços seguintes:<br /><br />a) Saber que nem tudo vem a dar ao mesmo porque queremos realmente viver e, além disso, viver bem, humanamente bem.<br />b) Estarmos dispostos a prestar atenção para vermos se aquilo que fazemos corresponde ou não ao que deveras queremos.<br />c) À base de prática, irmos desenvolvendo o bom gosto moral, de tal modo que haja certas coisas que nos repugne espontaneamente fazer (por exemplo, temos «nojo» de mentir como temos em geral nojo de mijar na terrina da sopa que vamos comer a seguir…).<br />d) Renunciarmos a procurar argumentos que dissimulem o facto de sermos livres e portanto razoavelmente responsáveis pelas consequências dos nossos actos.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Fernando Savater, <em>Ética para um Jovem</em></div>Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-71649459973264102862009-10-30T10:09:00.003+00:002009-10-30T10:18:11.994+00:00Fernando Savater<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFPcJrxy9Lx-KfnHqJq7QTaT6x4tWm3YkhqNYsja8rF0FNjDinOM6OJbe1OZBPCTbe33zazc2NHRXZjQg_x_a8Awt9zguaCwezNsxpV-zoYPv4Q-3m61QW_KPYr3tX_2MqB7ItH0IOyJe8/s1600-h/GetResource.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5398333236310021986" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 136px; CURSOR: hand; HEIGHT: 145px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFPcJrxy9Lx-KfnHqJq7QTaT6x4tWm3YkhqNYsja8rF0FNjDinOM6OJbe1OZBPCTbe33zazc2NHRXZjQg_x_a8Awt9zguaCwezNsxpV-zoYPv4Q-3m61QW_KPYr3tX_2MqB7ItH0IOyJe8/s400/GetResource.gif" border="0" /></a> <div align="justify">Fernando Savater nasceu em San Sebastián em 1947. Catedrático de Ética na Universidade Complutense de Madrid, é autor de uma vasta obra que abarca o ensaio, a narrativa e o teatro. Entre outros galardões, recebeu o Prémio Francisco Cerecedo da Associação de Jornalistas Europeus e o Prémio Sakharov de Direitos Humanos. Fernando Savater é um dos pensadores mais destacados de Espanha e tem vindo a ganhar grande popularidade no mundo inteiro.</div>Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-15891124983750575972009-10-30T10:03:00.003+00:002009-10-30T10:20:35.389+00:00Estamos condenados à liberdade?<div align="justify">(...)um barco transporta uma carga importante de um porto para outro. A meio do trajecto, surpreende-o uma tempestade tremenda. Parece então que a única forma de salvar o barco e a tripulação é lançar borda fora a carga, que embora importante pesa muito. Ao capitão do navio coloca-se o seguinte problema: "Devo deitar fora a mercadoria ou arriscar-me a enfrentar o temporal conservando-a a bordo, esperando que o tempo melhore ou que a embarcação resista?" A partir daqui, se lança a carga ao mar, fá-lo-á porque prefere fazer isso a desafiar o perigo, mas seria injusto dizermos sem mais que a quer lançar ao mar. O que ele deveras quer é chegar ao seu destino, com o navio, a tripulação e a mercadoria; é isso o que mais lhe convém. Contudo, dadas as circunstâncias tormentosas, prefere salvar a sua vida e a da tripulação a salvar a carga, por mais preciosa que seja. Oxalá não tivesse rebentado a maldita borrasca! Mas a borrasca é algo que ele não pode escolher, é uma coisa que lhe foi imposta, uma coisa que lhe aconteceu, queira ele ou não; o que em contrapartida pode escolher é o comportamento a seguir no perigo que o ameaça. Se lança a carga borda fora, fá-lo-á porque o quer... e ao mesmo tempo sem o querer. Quer viver, salvar-se e salvar os homens que dependem dele, salvar o seu barco; mas não quer ficar sem a carga nem sem o ganho que ela representa, pelo que só muito a contragosto se separará dela. Preferiria sem dúvida não se ver no passo de ter que escolher entre a perda dos bens e a perda da sua vida. Todavia, não pode evitá-lo e tem de decidir-se: escolherá o que quiser mais, o que julga mais conveniente. Poderíamos dizer que é livre porque não pode evitar sê-lo, livre de escolher em circunstâncias que não escolheu sofrer.<br />(Fernando SAVATER - Ética para um jovem, 3ª ed. Lisboa: Editorial Presença, 1995, pp. 29-30)</div><div align="justify"><br />1. Justifique se considera verdadeira/falsa cada uma das afirmações seguintes: </div><div align="justify"><br />a) Fernando Savater defende que o Homem é livre, porque pode agir sem quaisquer condicionalismos</div><div align="justify">b) O autor do texto defende o determinismo</div><div align="justify">c) O autor do texto defende que o Homem está obrigado a ser livre, porque tem que escolher, apesar de não poder escolher tudo.<br /></div><div align="justify"></div><div align="justify">2. Concorda com a tese do autor? Argumente a favor da sua posição.</div>Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-70299453783526192702009-10-20T11:48:00.004+01:002010-01-29T13:46:27.541+00:00Filosofia Prática<div align="justify">«Considero que um tema ético importante é aquele que toda a pessoa que pensa um pouco tem de enfrentar. (...) Quais são as nossas responsabilidades pessoais para com os pobres? Teremos alguma justificação para tratar os animais como se não passassem de máquinas que produzem carne para a nossa alimentação? Será legítimo usarmos papel nao reciclado? E, em todo o caso, porque nos havemos de preocupar em agir de acordo com princípios morais? Outros problemas, como o aborto e a eutanásia, não representam felizmente decisões quotidianas que a maior parte de nós tenha de tomar; mas são problemas que podem surgir na nossa vida a qualquer momento. São temas de preocupação actual sobre os quais todas as pessoas que participam no processo de tomada de decisões da nossa soiedade precisam de reflectir.» </div><br /><br />Peter Singer, Ética Prática, Gradiva, Filosofia Aberta, Lisboa, Setembro 2002Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-86649992406645676932009-10-20T11:35:00.002+01:002009-10-20T11:36:38.159+01:00Humor e Filosofia IIQuantos filósofos são precisos para mudar uma lâmpada?·<br /><br />Hmmm... Ora aí está uma questão intrigante....· Aaa... Define “Uma lâmpada”...· Como podes ter a certeza que ela precisa de ser mudada?· Ok. Três. Um para a mudar e outros dois para andar à volta dela a indagar se a lâmpada existe realmente ou não.<br /><br /><br />Quantos hegelianos são precisos para mudar uma lâmpada?<br />Dois, é óbvio. Um fica num dos cantos da sala e argumenta que não está escuro. O outro fica no canto oposto e argumenta que a luz verdadeira é impossível. A dialéctica daí resultante cria uma síntese que faz o trabalho.Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-59321218050845845102009-10-20T11:00:00.001+01:002009-10-20T11:02:06.261+01:00A utilidade (precoce) da FilosofiaReportagem sobre a utilidade da Filosofia e o ensino de Filosofia para Crianças<br /><br /><a href="http://www.youtube.com/watch?v=kqtCNNdxm5I">http://www.youtube.com/watch?v=kqtCNNdxm5I</a>Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-57422850489045855852009-10-13T20:49:00.004+01:002009-10-13T20:56:19.880+01:00Alegoria da Caverna VS Matrix<div><br /><br /><div align="justify"><br />A Alegoria da Caverna, narrada por PLATÃO é, talvez, uma das mais poderosas metáforas imaginadas pela filosofia, para descrever a situação geral em que se encontra a humanidade. Para o filósofo, todos nós estamos condenados a ver sombras à nossa frente e tomá-las como verdadeiras. Essa poderosa crítica à condição dos homens, escrita há quase 2500 anos atrás, inspirou e ainda inspira inúmeras reflexões.<br />Presos numa caverna, os homens só vêem sombras que são projectadas na parede. Como nunca conheceram algo diferente, julgam que as sombras são a realidade. Vêem as aparências e pensam ver a verdade. Na alegoria da caverna, Platão fala do mundo sensível, sujeito a interpretações falsas, e do mundo inteligível, no qual habitam as Formas puras. Aparência e essência. Irreal e real. <img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 309px; DISPLAY: block; HEIGHT: 209px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5392175310164395138" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8rNkM5Dm70Y8ZeA_sXtuVsf1R_Y95EnkaQ3Aqo2tTERol9u59CeWXZpTEdGre0qDHitTZYussD9bSWlBYjKSdLdChddeKyP1oN_LTlblMYEbC4syQJmoVOBfwuEPABznEvy-6N-AiVP9h/s400/matrix-4855.jpg" /></div><br /><div align="justify"><br />No filme Matrix, a personagem Neo tem uma vida normal até descobrir que o seu corpo real hiberna inerte numa cápsula, enquanto a sua mente é controlada por uma máquina virtual. O corpo que ele pensa ser real é, na verdade, uma simulação criada por um sofisticado programa que coloca um mundo ilusório sob os seus olhos para o impedir de ver a verdade. Morfeu, não por acaso o mesmo nome do Deus dos sonhos, pergunta: qual a diferença entre o sonho e o mundo real? Em seguida, oferece a Neo a pílula vermelha que o tirará do sono e o levará ao deserto do real. Mas Cypher, aquele que trai, e escolhe dar continuidade a esse sono profundo, faz uma escolha diferente. Para ele, a ignorância é maravilhosa e a Matrix pode ser mais real do que o mundo real. Sonho e realidade. Virtual e real. </div><br /><br /><div align="justify"></div><br /><br /><div align="justify">Fazendo uma comparação do filme “Matrix” com a alegoria da caverna, chegamos à conclusão que a matrix seria o mesmo que a caverna no mito de Sócrates, que é nada mais que uma metáfora para a ignorância do homem.<br />Antes de tirar Neo da matrix, Morpheus acredita que ele seja uma espécie de escolhido, pela capacidade que Neo demonstrava de questionar, mesmo quando estava “dentro” da matrix. De certa forma, Neo é como os filósofos, que procuram saber, buscam o conhecimento. Isso fica explícito em certos diálogos do filme:<br />- “Eu sei porque você está aqui, Neo. Eu sei o que você tem feito...Porque você mal dorme, porque você vive sozinho, e porque noite após noite, você se senta no computador. Você está procurando por ele. Eu sei, porque uma vez já procurei pela mesma coisa. E quando ele me encontrou, ele disse-me que eu não estava realmente <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS5Mnwk_5LVOVBn5zCeBABlAQMXG-IZG4IJnewCOxfgFJVPns5sqEkzkDBq21NpFOVcXsDzTkzw5mydP4GBAN1nuehEmiozQNYXMj4fmU8swjK9Zg9ey-KVAWmL2fFHhA4H08XYTpO1j0B/s1600-h/51MatrixCode_by_KeR.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 356px; FLOAT: right; HEIGHT: 273px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5392175471704359090" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS5Mnwk_5LVOVBn5zCeBABlAQMXG-IZG4IJnewCOxfgFJVPns5sqEkzkDBq21NpFOVcXsDzTkzw5mydP4GBAN1nuehEmiozQNYXMj4fmU8swjK9Zg9ey-KVAWmL2fFHhA4H08XYTpO1j0B/s400/51MatrixCode_by_KeR.jpg" /></a>procurando por ele. Eu estava à procura de uma resposta. É a pergunta que nos guia, Neo. É a pergunta que o trouxe aqui. Você sabe a pergunta, assim como eu. (Trinity)<br />- O que é a Matrix? (Neo)<br />- A resposta está lá fora, Neo, e está procurando por você, e irá encontrá-lo quando você quiser”. (Trinity)<br />Com a ajuda de Morpheus, Neo descobre novas ideias, conhece matrix e todo o seu nível de conhecimento eleva-se e desenvolve-se. Na alegoria, o homem ao sair da caverna também adquire novas ideias, descobre o que é a verdade, sai do mundo puramente sensível, onde apenas se utiliza a capacidade de sentir as coisas, e entra para o mundo das ideias, racional, adquire a capacidade de pensar sobre as coisas.</div><br /><br /><div align="justify"><br />O filósofo é alguém que se propõe a “sair da caverna”, alcançar a verdade e o conhecimento; entende o quão difícil para a massa é sair da caverna, aceitar o novo, sair do comodismo do mundo puramente sensível, para entrar para o mundo das ideias. Entretanto, ele tenta mobilizar as outras pessoas a questionarem-se, a buscar a verdade e o conhecimento, tenta despertar nos outros o desejo de saber mais. Tanto Neo quanto o homem que sai da caverna tornam-se filósofos, pois são capazes de pensar sobre as coisas, passam a compreender e buscar a verdade.</div><br /><br /><div align="justify"></div></div>Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-73118958486007161662009-10-13T12:12:00.003+01:002010-02-21T12:43:35.804+00:00Ética de Kant<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6Upa6mlQK4mFZmGyl_p64fzVeunRKIQinAA2nITrXQAZ7bTqCGcaycVI4Ra3F83lw6LEsgIQoOdrVHp9ECOZHI2BYL420m-RVztJIshfiEll3YNT5hii0Nk2wTGew6EcHbXU3ppxN-axR/s1600-h/kant.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 264px; FLOAT: right; HEIGHT: 356px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5392041869200964994" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6Upa6mlQK4mFZmGyl_p64fzVeunRKIQinAA2nITrXQAZ7bTqCGcaycVI4Ra3F83lw6LEsgIQoOdrVHp9ECOZHI2BYL420m-RVztJIshfiEll3YNT5hii0Nk2wTGew6EcHbXU3ppxN-axR/s400/kant.jpg" /></a><br /><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">A moral Kantiana exclui a ideia de que possamos ser regidos se não por nós próprios. É a pessoa humana, ela própria, que é a medida e a fonte do dever. O homem é criador dos valores morais, dirige ele próprio a sua conduta.</div><br /><br /><div align="justify">Como para Rousseau, será para Kant a consciência a fonte dos valores. Mas não se trata de uma consciência instintiva e sentimental; a consciência moral para Kant é a própria Razão.</div><br /><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Assim, a moral de Kant é uma moral racional: a regra da moralidade é estabelecida pela razão – O Princípio do dever é a pura Razão. A regra da acção não é uma lei exterior a que o homem se submete, mas é uma lei que a razão, Actividade Legisladora, impõe à sensibilidade. </div><br /><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Nestas condições, o homem, no acto moral, é ao mesmo tempo, Legislador e Súbdito.</div><br /><br /><div align="justify">É uma ética formal, vazia de conteúdo, na medida em que: </div><br /><br /><div align="justify">1º - não estabelece nenhum bem ou fim que tenha que ser alcançado</div><br /><br /><div align="justify">2º - não nos diz o que temos que fazer, mas apenas como devemos actuar</div><br /><br /><div align="justify"></div><br /><br /><div align="justify">O que interessa é a intenção, a coerência entre a acção e a lei, e não o fim.</div><br /><br /><div align="justify">A ética Kantiana possui uma Forma e não um conteúdo à essa forma necessária é a Universalidade: O racional é o Universal.</div><br /><br /><div align="justify"></div><br /><br /><div align="justify">Kant critica as éticas tradicionais por serem:</div><br /><br /><div align="justify">a) empíricas – cujo conteúdo é extraído da experiência e portanto não permite leis universais.</div><br /><br /><div align="justify">b) os preceitos das éticas materiais são hipotéticos ou condicionais (meios para atingir um fim.</div><br /><br /><div align="justify">c) as éticas materiais são heterónomas – a lei moral é recebida, não radica na razão. A vontade é determinada a actuar deste ou daquele modo por desejo ou inclinação.</div><br /><br /><div align="justify"></div><br /><br /><div align="justify">Na base da moral Kantiana está presente um determinado conceito de Homem.</div><br /><br /><div align="justify">- O homem é um ser que se auto-regula a si mesmo, que se auto-determina em liberdade.</div><br /><br /><div align="justify">- O homem possui neste sentido um poder absoluto – a sua razão autónoma e livre determina a sua própria lei.</div><br /><br /><div align="justify">- O homem é um destino, isto é, um ser que tem que fazer-se a si mesmo – Personalização – “ao homem cabe o destino moral da personalização.”</div><br /><br /><div align="justify">- Mas o homem, em virtude da sua constituição, participa também do mundo sensível, da animalidade.</div><br /><br /><div align="justify">- O homem é um ser dividido dentro de si próprio. Por um lado é um Ser Empírico, enquanto livre arbítrio que pode ou não agir segundo a representação da lei moral. Por outro lado é um Ser Inteligível, na medida em que leva em si um tipo de Causalidade Livre, que se impõe como exigência absoluta e incondicional.</div><br /><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">O que é a Lei Moral?</div><br /><br /><div align="justify">A lei moral é para Kant, Universal, Necessária e «apriori», pois o seu fundamento não poderia ter sido tirado da experiência onde existem muitas inclinações e desejos contraditórios.A lei moral fundamenta-se na liberdade da Razão e tem origem na consciência moral, isto é, na razão autónoma. A lei moral é a lei que o homem enquanto ser racional e livre descobre em si mesmo como correspondendo à sua natureza. É uma lei intrínseca da razão. É a existência da moralidade no homem – A Personalidade – que o identifica com Deus: “Maximamente pessoa e ideal de existência personalizada, isto é, absolutamente causadora de si”.No homem a Lei Moral afirma-se como um Dever e assume a forma de Imperativo Categórico.DEVER – O que é então o dever para Kant?“A necessidade de uma acção por puro respeito à lei”“O valor moral de uma acção não radica pois em qualquer fim a atingir, mas apenas na máxima, no motivo que determina a sua realização, quando este motivo é o dever.Uma acção feita por dever tem o seu valor moral, não no fim que através dela se queira alcançar, mas na máxima pela qual ela resultou: não depende pois da realidade do objecto, mas apenas meramente do princípio do querer”.Para Kant “uma acção não é obrigatória porque é boa, é boa porque é obrigatória”.Para Kant o Dever é o Bem: A Boa Vontade é a Vontade de agir por Dever. A Lei Moral que se impõe por Dever assume a Forma de <a style="mso-comment-reference: f_3; mso-comment-date: 20050314T0156">Imperativo Categórico</a>.</div><br /><br /><div align="justify"><br />O imperativo categórico, ou da moralidade, determina a acção independentemente de todo o fim a atingir e tem o seu fundamento apenas na consciência moral.O imperativo moral é categórico (e não <a style="mso-comment-reference: f_4; mso-comment-date: 20050314T0159">hipotético</a> ) sem qualquer condição. Respeita à forma e princípio donde resulta a acção (“o valor da acção moral ... vem do princípio da vontade que o produziu”) isto é a Intenção, se assim não fosse, as suas determinações ficariam sujeitas à possibilidade material de realizar a acção apreciando-lhe as consequências, então não seria categórico. Essa forma necessária é a Universalidade: O Racional é o Universal. A vontade não se determina só por leis, mas por fins, mas os fins subjectivos são relativos e só podem fundar imperativos hipotéticos. Só um fim em si pode fundar um imperativo categórico, só o homem é fim em si e tem valor absoluto, é pessoa; os objectos ou seres irracionais têm valor relativo, são coisas.Se o homem é fim em si, a sua vontade só pode estar ao serviço da razão; a vontade moral é, pois, autónoma, e há heteronomia sempre que o ser racional obedece a um móvel exterior à Razão.A lei moral é um imperativo e obriga o homem ao Dever.O próprio princípio da moral à limite práticoconstituído por impulsossensíveis que leva àfinitude de quem deverealizá-laA moralidade não é racionalmente necessária de um Ser Infinito que se identifica com a Razão, mas sim a racionalidade possível de um ser que tanto pode assumir como não assumir a Razão como guia de conduta.Aqui está a Raíz da exigência paradoxal de que o homem como sujeito de Liberdade valha como <a style="mso-comment-reference: f_5; mso-comment-date: 20050314T0241">Númeno</a> – mas afirmando-se como Númeno o homem não anula a sua natureza sensível – o Ser Fenómeno.A sua numenalidade mobiliza a sua fenomenalidade.O mundo supra-sensível que estabelece no acto da sua liberdade, é a forma da própria natureza sensível.Mas o sujeito moral enquanto Númeno não deixa se ser <a style="mso-comment-reference: f_6; mso-comment-date: 20050314T0245">fenómeno</a> – a sensibilidade, e como tal nunca se identifica com a Razão, a moralidade nunca é conformidade completa de vontade com lei moral, nunca é Santidade. </div>Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2709745099978110304.post-47563482353124896892009-10-13T12:07:00.002+01:002010-02-21T12:42:58.753+00:00Utilitarismo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEVQnvyjwwzYIlVPWTxg6Q0CHHzX41H1p41voiLGtJGloElA0r1bEvZDY2-6POOkw51eakD95KNNPNXxHjUKv3s2uOAr9oQIk7fr9xOZqG9Tn0w66VTml_HmU2LhJt7DR50ZzZgAvfNREE/s1600-h/john_stuart_mill.jpg"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 286px; FLOAT: right; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5392042209523749058" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEVQnvyjwwzYIlVPWTxg6Q0CHHzX41H1p41voiLGtJGloElA0r1bEvZDY2-6POOkw51eakD95KNNPNXxHjUKv3s2uOAr9oQIk7fr9xOZqG9Tn0w66VTml_HmU2LhJt7DR50ZzZgAvfNREE/s400/john_stuart_mill.jpg" /></a><br /><br /><div align="justify">Teoria ética contemporânea defendida por Jeremy Bentham e Jonh Stuart Mill no século XIX e por R.M. Hare e Peter Singer no nosso tempo. Muito criticada mas muito influente nos nossos dias.Para estes utilitaristas, a intenção e os princípios de acção não interessam; o que é valorizado e tido em conta são as consequências, os efeitos da nossa acção. Aí reside o valor moral da nossa acção.</div><br /><br /><br /><div align="justify">O princípio desta teoria é o da utilidade: ou o princípio da maior felicidade, já que é bem aquilo que trouxer a maior felicidade global.Ou seja, uma opção moral é melhor do que outra se, e só se, tiver melhores consequências ou resultados que outra. Mas melhores resultados para quem?Devemos promover o bem-estar e a felicidade de todos aqueles que são afectados pelas nossas acções (o maior número possível de pessoas), ao contrário do egoísmo ético (o meu bem-estar, a minha felicidade).Ou seja, uma boa acção é aquela que tiver mais possibilidades de trazer- a maior felicidade- ao maior número possível de pessoas.</div><br /><br /><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">UM EXEMPLO DA PROCURA DO <strong>MAIOR BEM PARA O MAIOR NÚMERO DE PESSOAS</strong></div><br /><br /><br /><div align="justify">O João, um cientista em viagem pela América do Sul, chega a uma pequena aldeia em que está prestes a ocorrer uma execução pública. O Pedro, um militar, reuniu vinte índios e prepara-se para ordenar a sua execução. Explica ao João que esses vinte índios não são criminosos: são pessoas inocentes escolhidas ao acaso entre os habitantes da aldeia, que tem protestado contra o Governo. O João mostra-se desconfortável perante uma tal injustiça. Ao aperceber-se do seu desconforto, o Pedro faz-lhe uma proposta: se o João estiver disposto a matar com as suas próprias mãos um dos índios, ele deixará os outros dezanove partir em liberdade. É claro que se o João recusar esta proposta, tudo decorrerá como estava previsto e os vinte índios serão executados.Deverá o João aceitar a proposta de Pedro?Qual a resposta do utilitarista? Se o João não aceitar a proposta, 20 pessoas morrerão, enquanto que se aceitar, só uma delas morrerá. Assim, vistas as coisas de uma perspectiva imparcial, aceitar a proposta tem melhores consequências do que não aceitá-la e por isso o João deve escolher um índio e matá-lo. Para reduzir tanto quanto possível as más consequências, deverá escolher um índio que seja mais velho ou que esteja já mais doente. É claro que matar uma pessoa irá provavelmente deixá-lo angustiado e com sentimentos de culpa, mas salvar dezanove vidas certamente compensará a morte provocada e o seu sofrimento.</div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Qual a resposta das éticas deontológicas como a de Kant? Para o deontologista, as consequências dos actos não são tudo o que devemos ter em conta quando agimos. Certos actos são intrinsecamente errados, independentemente das suas consequênciasPara os utilitaristas o que torna as nossas acções certas ou erradas é a conformidade ao princípio de utilidade (o maior bem para o maior número); falta-nos saber o que torna a nossa vida boa ou má.Fazer o que está certo é uma questão de produzir boas consequências e evitar más consequências.Mas em que consistem as boas consequências? O que torna a nossa vida boa ou má?Quando falam de boas consequências, os utilitaristas têm em mente a felicidade ou o bem-estar produzido pelas acções.Então em que consiste a felicidade ou o bem-estar?</div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Nos utilitaristas clássicos, a felicidade surge como um prazer. São, por isso, hedonistas: defendem não só que o bem-estar consiste apenas em experiência aprazíveis (bem como na ausência de experiências dolorosas), mas também que tais experiências são boas apenas pelo simples facto de serem aprazíveis, e não por outra razão qualquer.Segundo Bentham, cada um dos diversos prazeres e dores da vida da pessoa tem um certo valor, que em última análise é determinado apenas por duas coisas:- a sua duração e- a sua intensidade.Um prazer é tanto melhor quanto maiores forem a sua intensidade e a sua duração.</div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Assim, os utilitaristas depararam-se com o problema de calcular ou medir a quantidade de bem que determinada acção provocaria, neste caso, a intensidade e a duração de um prazer é o que norteia a nossa acção.Exemplo: O prazer de comer chocolate durante 10 minutos, por exemplo, é em geral, melhor do que o prazer de comer pão durante dois minutos.OuAs dores serão tanto piores quanto maior for a sua intensidade e a sua duração.Exemplo: Estar no dentista durante uma hora não é tão mau como soferer com dor de dentes durante várias semanas.Assim, para promovermos o nosso bem-estar temos de fazer bem as contas de modo a obter um saldo tão favorável quanto possível.</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Exemplo: Leva-nos a privarmo-nos de certos prazeres como comer chocolate de forma a evitar sofrimento futuro (como ter dor de dentes) ou então leva-nos a sujeitarmo-nos a um certo sofrimento como ir ao dentista para evitar um certo sofrimento ainda maior (como continuar indefinidamente com dor de dentes). Bentham tem, então, uma visão puramente quantitativa do bem-estar. Pressupõe que os prazeres e as dores são mensuráveis: determinamos a intensidade e a duração de um prazer (ou dor), multiplicamos uma pela outra e obtemos o valor desse prazer; depois fazemos o mesmo a outro prazer e por fim podemos compará-los para ver qual tem mais valor e para agir em conformidade com o resultado.Por exemplo:Definimos uma escala de valores como de 0 a 10 e classificamos determinado prazer quanto- à sua intensidade (5) (5)- à sua duração (5) (4)= (25) ( 20)É este o cálculo da felicidade encontrado por Bentham.A melhor vida é aquela em que, considerados todos os prazeres e todas as dores que a constituem, apresenta o saldo mais positivo. Além da intensidade e da duração, nada mais faz um prazer ser intrinsecamente melhor do que outro.Esta perspectiva de Bentham foi criticado por alguns atores que consideraram que este tipo de hedonismo conduziria a um sensualismo, à adopção de um modo de vida luxurioso. Por isso, Stuart Mill propõe outro tipo de hedonismo.</div><br /><br /><div align="justify">Segundo Mill, alguns tipos de prazeres são, em virtude da sua natureza, intrinsecamente superiores a outros. Distingue entre</div><br /><br /><br /><div align="justify">- prazeres superiores</div><br /><br /><br /><div align="justify">- prazeres inferiores</div><br /><br /><br /><div align="justify">e para vivermos melhor devemos dar uma forte preferência aos prazeres superiores, recusando-nos a trocá-los por uma quantidade idêntica ou mesmo maior de prazeres inferiores.Mill identifica os prazeres inferiores com os prazeres corporais e os prazeres superiores com os prazeres que resultam do exercício das nossas capacidades intelectuais, alegando que esta identificação resulta do veredicto daqueles que conheceram e avaliaram ambos os tipos de prazeres.</div><br /><br /><div align="justify">Robert Nozick criticou qualquer tipo de hedonismo utilitarista, criando o argumento da máquina de experiência (espécie de máquina virtual que substitui toda a nossa vida, proporcionando-nos apenas as experiências que queremos.Se o hedonismo fosse levado até às últimas consequências, deveríamos ligar-nos à máquina de experiências sem qualquer hesitação, pois assim a nossa vida seria muito mais rica em prazeres. Com base nesta crítica, o utilitarismo contemporâneo evoluiu, com Peter Singer e R.M.Hare, para um utilitarismo de preferências e não hedonista. Pressupõe que o bem-estar a ser promovido consiste, não em experiências aprazíveis, mas na satisfação de desejos ou preferências.</div>Profª.http://www.blogger.com/profile/00642949591345326505noreply@blogger.com0