quinta-feira, 5 de maio de 2011

Os imperativos categóricos de kant




"Um imperativo categórico (incondicional) é aquele que representa uma acção como objectivamente necessária e a torna necessária não indiretamente através da representação de algum fim que pode ser atingido pela acção, mas da mera representação dessa própria acção (sua forma) e, por conseguinte, directamente." (KANT, 2003:65)





1º imperativo (1ª formulação)


"Age de tal modo que a máxima da tua acção se possa tornar princípio de uma legislação universal."


Kant expõe quatro exemplos para demonstrar a validade deste imperativo categórico:


1) mesmo que uma pessoa desesperada deseje suicidar-se, destruir a própria vida não pode constituir uma máxima que se queira aplicar como lei universal da natureza, já que vai contra qualquer princípio de conservação da vida.


2) uma pessoa se vê forçada, por necessidade, a pedir dinheiro emprestado, porém sabe que não poderá devolver o empréstimo, e assim mesmo promete fazê-lo num prazo determinado. Tal máxima não pode, no entanto, tornar-se lei universal, posto que ninguém mais acraditaria em qualquer promessa. Nem mesmo o devedor desejaria semelhante lei, que faria inviável qualquer novo pedido de empréstimo.


3) uma terceira pessoa, sabendo que porta talentos ainda não cultivados, vive o seguinte dilema: desenvolver seus dons ou continuar na vida ociosa, dispensando tais habilidades. Opta pelo ócio. Contudo, ela não pode querer, na condição de ser racional, que essa máxima venha a ser lei universal da natureza, posto que os talentos trariam a ela – o mesmo se aplica às demais pessoas – novas possibilidades de melhoria de vida.


4) alguém que vive na prosperidade e ao mesmo tempo vê os outros em dificuldades pode até não querer ajudá-los, mas não pode querer que tal princípio se torne lei universal da natureza – ele pode vir a precisar de auxílio também.


2º imperativo categórico (2ª formulação)



"Age por forma a que uses a humanidade, quer na tua pessoa como de qualquer outra, sempre ao mesmo tempo como fim, nunca meramente como meio".

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