domingo, 24 de outubro de 2010

terça-feira, 5 de outubro de 2010

"Truman Show" Vs "Alegoria da Caverna"

Título Original: The Truman Show


Género: Drama



Origem/Ano: EUA/1998

Duração: 103 min

Direcção: Peter Weir

Elenco:

Jim Carrey...
Laura Linney...
Noah Emmerich...
Natascha McElhone...
Holland Taylor...
Brian Delate...
Blair Slater...
Peter Krause...
Heidi Schanz...
Ron Taylor...
Don Taylor...
Ted Raymond...
Judy Clayton...
Fritz Dominique...
Angel Schmiedt...

Sinopse: O vendedor de seguros Truman Burbank (Jim Carrey) vive em Seaheaven, um paraíso terrestre onde todos parecem conviver em perfeita harmonia. Mas o seu casamento com Meryl (Laura Linney) não anda muito bem e, para piorar, ele sente-se constantemente vigiado.

Decidido a investigar se realmente o estão espionando, Truman começa a perceber uma série de situações estranhas que aguçam ainda mais suas dúvidas e levam-no à descoberta: sua vida é um show de tv.

Abandonado pelos pais ainda bebé, Truman é adoptado por uma rede de televisão que o cria num mundo irreal: a cidade onde vive é um imenso cenário, a sua esposa, amigos, vizinhos, são todos actores contratados. A sua vida é uma farsa, acompanhada por milhares de telespectadores.

A partir de então a sua luta é para libertar-se e poder viver verdadeiramente.




Alguns dos elementos do filme “Show de Truman” que revelam o paralelo entre a obra de cinema e o mito Platónico:


1. A “Caverna das Aparências” de Platão funciona como um cativeiro, e os prisioneiros que habitam no seu interior, acreditam que as sombras que vêem projectadas dentro dela são a realidade (os prisioneiros vivem enganados por um processo de ilusão que os levam a tomar o falso como verdadeiro).
A ilha de Seaheaven é um grande cenário (um mundo falso) que também funciona como um cativeiro para o protagonista do filme Truman Burbank, que vive a sua vida dentro dela sem saber que é o astro de reality show exibido numa rede de televisão.


2. Os prisioneiros do mito da caverna estão algemados, estas algemas representam os pré-conceitos e pré-juízos das pessoas comuns. O pensamento irreflectido do dia a dia (do quotidiano).
O que prende Truman Burbank na ilha, é a rotina (seu quotidiano) e todas as estratégias subjectivas pensadas e aplicadas pelos mentores do reality show para torná-lo uma pessoa passiva, alienada e conformista.


3. Um dos prisioneiros da caverna torna-se um sujeito questionador e a partir daí percorre um doloroso caminho para fora da caverna.
Truman também começa a questionar o mundo à sua volta e a partir daí percorre um árduo e doloroso caminho para sair da ilha e conhecer o mundo real.


4. Nos dois casos sair da ilha é um risco, é perigoso. Ambos os personagens arriscam a vida nas narrativas, Truman para conseguir sair da ilha e o prisioneiro da caverna ao retornar para libertar os seus amigos de cativeiro.


5. Ambos os personagens buscam o caminho do novo, motivados por um desejo de saber para além do que conhecem.


Excerto do filme:

http://www.youtube.com/watch?v=jc_isjiVLs8

http://www.webcine.com.br/filmessi/truman.htm


segunda-feira, 27 de setembro de 2010

"O Mundo de Sofia" - Uma introdução à Filosofia


Para todos aqueles que se iniciam agora na Filosofia, esta é uma execelente obra de "arranque".

Disponivel neste site

http://livrosgeneros.blogspot.com/2008/06/jostein-gaarder-o-mundo-de-sofia.html

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

ética

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Ética e Moral

Ambos os termos, Ética e Moral, referem-se aos mesmos conteúdos, tendo a ética partido da etimologia grega e a moral do latim. No entanto, é preciso fazer uma apreciação etimológica mais aprofundada.
De facto, constata-se que o termo “ética” tem a sua origem no termo grego ethos, sendo que este apresentava duas grafias ligeiramente distintas, êthos e éthos. Êthos inicialmente designava o lugar onde se guardavam os animais e posteriormente evoluiu para o lugar de onde brotam os actos, ou seja a interioridade dos homens, o seu carácter. Éthos significava o hábito, referindo-se ao agir habitual.
Quando foi feita a tradução para o latim do ethos os dois significados foram integrados no termo “hábito”, prevalecendo portanto a significação do éthos, e que se diz “mos” (com “moris” no genitivo), dando posteriormente origem ao termo “moral”. Neste processo foi-se consolidando uma distinção entre o êthos grego e o mores latino, salientando, o primeiro, a interioridade do homem de onde provêm os seus actos e o segundo referindo-se ao aspecto repetitivo dos actos humanos. No seguimento deste raciocínio podemos atribuir à ética a procura daquilo que é o aspecto mais pessoal do agir humano, o aspecto reflexivo, a sua fundamentação. A ética busca deste modo a fundamentação do agir, enquanto a moral se debruça sobre o modo como as leis morais se hierarquizam, se aplicam nos casos concretos, tendo em conta a liberdade de decisão e o recurso a valores.
A ética apresenta, assim, um carácter mais descritivo, enquanto procura de fundamentação, enquanto que a moral tem um pendor mais prescritivo.

adaptado de
http://www.eticus.com/saibamais.php?sp=4

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Racismo, xenofobia e Chauvinismo

Racismo:

A palavra racismo tem origem na junção de dois termos: raça e “ismo”, sendo raça a palavra mãe.

Racismo = Raça + “ismo”

Para percebermos o significado da palavra racismo temos de entender o que significa realmente a palavra raça.

Raça é o grupo de indivíduos pertencentes a um tronco comum e que apresentam particularidades análogas entre os membros da mesma espécie.

A palavra raça teve origem no latim, de ratio, que significa espécie.

Assim, racismo, não é mais do que uma teoria que afirma a superioridade da raça X ou Y em relação às outras raças. Nesta teoria assenta a defesa do direito de dominar ou mesmo reprimir as raças consideradas inferiores.

O racismo é, pois, uma atitude preconceituosa e discriminatória contra indivíduos de certas raças ou etnias.

Xenofobia:

A palavra xenofobia, tal como a palavra racismo, advém da junção de dois termos: xeno e fobia.

A palavra xeno esta relacionada com a formação de palavras que exprime a ideia de estrangeiro ou estranho.

Fobia é o medo patológico, aversão impossível de conter.

Xenofobia = Xeno + Fobia

Assim, podemos entender a xenofobia como a antipatia ou aversão pelas pessoas ou coisas estrangeiras. Esta pode ser característica de um nacionalismo excessivo. Xenofobia é também um distúrbio psiquiátrico ao medo excessivo e descontrolado ao desconhecido ou diferente.

Xenofobia é um termo também usado num sentido amplo (amplamente usado mas muito debatido) referindo-se a qualquer forma de preconceito, racial, de grupos minoritários ou cultural.

Chauvinismo:

O termo chauvinismo teve origem em França, devido a Nicolas Chauvin, um soldado de Napoleão que se tornou um patriota fanático.

O chauvinismo é isso mesmo, um patriotismo exagerado, um amor exaltado à pátria, um sentimento de nacionalismo exacerbado.

Valores

Caracterização dos valores
• Os valores só têm existência no seio de uma dada cultura ou comunidade;
• Os valores situam-se na ordem do ideal e não dos objectos concretos ou dos acontecimentos;
• Os valores manifestam-se de forma real, nas condutas e nas coisas que os exprimem simbolicamente;
• Os valores não são coisas mas qualidades das coisas, não estão nelas de modo real e sensível;
• O modo de ser dos valores é o valer – o modo como cada membro de uma cultura valoriza as coisas;
• Os valores têm matéria, polaridade e hierarquia, universalidade ou relatividade.
• A matéria dos valores é o que distingue os valores uns dos outros;
• Polaridade diz respeito ao facto de os valores terem sempre um pólo positivo e negativo;
• A hierarquia implica que haja valores que se subordinem a outros – uns valem mais;
• Relatividade/universalidade, diz respeito ao facto de os valores serem próprios de uma sociedade, a qual tem sempre os seus valores, ideais, …


Tipos de valores
• Valores Éticos ou do bem moral – referem-se às normas ou critérios de conduta que afectam todas as áreas da nossas actividade;
• Valores Estéticos – valores que expressam o belo, o feio, o sublime, o trágico;
• Valores Religiosos – são os que dizem respeito à relação do homem com a transcendência;
• Valores Políticos - igualdade, justiça, imparcialidade, cidadania, liberdade;
• Valores Vitais – saúde, força

Facto e Valor
• Facto – é um acontecimento considerado objectivo, a realidade, em oposição a palavras, ideias, teorias, etc.. Os factos podem ser verificados e qualquer afirmação sobre eles pode ser verdadeira ou falsa.
• Valor – é uma qualidade que atribuímos às coisas, situações ou pessoas. Resultam de uma escolha em função da atitude, da cultura e da educação de cada pessoa. São subjectivos e relativos.

Divergência de posições
• Os que defendem a separação radical entre facto e valor
• Os que defendem que o normativo e o factual se encontram numa relação mútua

Historicidade e perenidade dos valores
• Objectivismo axiológico : Os objectos valem por si mesmos, independentemente do sujeito.
• Subjectivismo axiológico: O valor do objecto depende do modo como a sua presença afecta o sujeito

Qual a perspectiva correcta?
• Os valores não se reduzem às vivências do sujeito que avalia, nem existem em si. Os valores existem para um sujeito, entendido não apenas como mero indivíduo, mas como ser social.
• É o homem, enquanto ser histórico-social, com a sua atitude prática que cria os valores. O indivíduo encontra-se determinado por uma cultura, da qual se alimenta espiritualmente. A sua apreciação das coisas, os seus juízos de valor conformam-se com as regras, critérios e valores que nem inventa nem descobre pessoalmente, antes têm uma significação pessoal.
• Os valores são criações humanas, existem unicamente num mundo social, para o homem e pelo homem.
• Resultam de apreciações interiores, organizadas hierarquicamente numa escala de preferências individuais e sociais, em função da qual pautamos o nosso comportamento.
• O homem e a vida mudam, logo os valores também mudam – a historicidade é própria do homem, mas também dos valores.

Considerações finais:
1) Não existem valores em si, como entes ideais ou reais, mas objectos reais (ou bens) que possuem valor.
2) Uma vez que os valores não constituem um mundo de objectos que exista independentemente do mundo dos objectos reais, só se dão na realidade - natural e humana - como propriedades valiosas desta realidade.
3) Os valores requerem, por conseguinte - como condição necessária - a existência de certas propriedades reais - naturais ou físicas - que constituem o suporte necessário das propriedades que consideramos valiosas.
4) As propriedades reais sustentam o valor, e sem as quais não se daria este, só são valiosas potencialmente. Para se actualizarem e se converterem em propriedades valiosas efectivas, é indispensável que o objecto se encontre em relação com o homem social, com os seus interesses ou necessidades. Deste modo, o que só vale potencialmente adquire um valor efectivo.


Valores universais
• Pessoa
• Dignidade humana
• Liberdade
• Solidariedade
• Igualdade
• Valores e cultura: universalidade ou relatividade

Tendo a diversidade cultural subjacente a diversidade dos valores, estaremos condenados ao relativismo dos valores?

A crise de valores
• Vivemos ou não uma crise de valores?
• Segundo alguns, assistimos a uma decadência dos valores tradicionais.
• Para outros trata-se apenas de uma transformação dos valores, devida às próprias mutações económicas e sociais exigidas pelo ritmo da vida moderna.

O que se defende?
• A crise/morte de alguns valores não significa ausência de valores, antes pressupõe que novos valores nasçam, ainda que outros permaneçam: amizade, amor, generosidade, honestidade, justiça, liberdade…
• O desenvolvimento científico e tecnológico implicou o alargamento da reflexão em torno do campo dos valores;
• A influência da ciência, do racionalismo técnico e da tecnologia permitem ao homem um domínio acentuado sobre a natureza;
• A técnica satisfaz não só as necessidades humanas, mas cria sobretudo novas necessidades de consumo, contribuindo para acentuar a crise de valores tradicionais, se atendermos à mudança de mentalidades.