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“Imaginemos agora que cais do espaço sideral para a terra e que nunca tinhas visto uma pastelaria. Deparas com uma pastelaria atraente – e vês, num tabuleiro, cinquenta biscoitos em forma de homem, exactamente iguais. Calculo que coçarias a cabeça e te questionarias como é que podiam ser todos exactamente iguais. É fácil de imaginar que a um falta um braço, um outro perdeu talvez um bocado da cabeça, e o terceiro tem uma barriga demasiado gorda. Mas depois de uma reflexo fundada chegas à conclusão de que todos os biscoitos possuem um denominador comum. Apesar de nenhum deles ser totalmente perfeito, tens a ideia de que têm uma origem comum. Compreendes que todos os biscoitos foram feitos a partir de uma mesma forma.
E não é tudo, Sofia: terás então o desejo de ver esta forma. Porque é óbvio que a forma tem de ser indescritivelmente mais perfeita – e de certo modo mais bela – do que uma das suas frágeis cópias.
(…) Platão (…) admirou-se como todos os fenómenos na natureza podem ser tão semelhantes entre si, e chegou então à conclusão de que «acima» ou «por detrás» de tudo o que vemos à nossa volta há um número limitado de formas. A estas formas chamou Platão ideias. Por detrás de todos os cavalos, porcos e homens há a «ideia cavalo», a «ideia porco» e a «ideia homem».”
GAARDER, J., O mundo de Sofia – Uma aventura na Filosofia, Lisboa, Ed. Presença, 2001, pp.80-81.
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